A decadência na busca dos financiamentos pelo Mais Alimentos, com prazo de dez anos, mais três de carência e juros de 2% ao ano, contabiliza a decadência da agricultura familiar na região.
A procura por crédito para investimento na agricultura reduziu 23% nos últimos quatro anos no Vale do Taquari. De acordo com o coordenador de políticas públicas da Emater regional, Paulo Conrad, o dado se deve à diminuição de agricultores no interior. Ele estima que as lavouras contam com uma diminuição de cerca de 5% a 8% das pessoas que se aposentam, a cada ano. Com idade na faixa dos 60 anos, pouca gente se atreve ainda a investir em escala comercial. Por outro lado, poucos jovens ingressam no meio rural. Muitas propriedades estão virando tapera. Entre as tendências, segundo Conrad, percebe-se que cada vez mais investidores da cidade adquirem áreas rurais e contratam mão de obra para tocar projetos. Isto contribuiu para que a região produza cada vez mais com um menor número de pessoas envolvidas.
Segundo dados da Emater, em 2008 foram solicitados 4.148 projetos de investimento de crédito, o que representou R$ 112 milhões. No ano passado, o número caiu para 3.214, na ordem de R$ 96 milhões de investimento. O município com maior redução de investimentos é Cruzeiro do Sul, que há quatro anos solicitou 379 projetos e em 2011 caiu para 170. Teutônia, Arroio do Meio e Westfália também constam na lista das reduções mais acentuadas. Conrad também atribui a queda ao alto custo do investimento para atividades integradas (alta produção). As melhores posições ainda vêm da região alta, como Anta Gorda, que tem incremento na demanda de projetos. São os municípios mais distantes de grandes centros e essencialmente agrícolas que continuam com o modelo de grandes chiqueiros e aviários, relata Paulo. TAS