Cerca de 80% das instituições de ensino da região aderiram à paralisação dos professores. A classe reivindica a aplicação imediata do piso nacional, manutenção do plano de carreira e destinação de 10% do PIB para a educação.
Na tarde de hoje, está programada uma manifestação dos professores gaúchos em frente à Secretaria Estadual de Educação e sede do governo estadual em Porto Alegre. O ato público finaliza uma série de atividades realizadas desde a quarta-feira pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers).
A diretora do 8° Núcleo do Cpers Sindicato, Luzia Herrmann, explica que o objetivo das ações do Cpers é garantir a imediata aplicação do piso nacional para 40 horas semanais – sancionado em 2008 e confirmado pelo Supremo Tribunal Federal em abril de 2011. De acordo com a lei, os professores estaduais deveriam receber R$1.451 pagos ainda neste ano, porém, o Estado oferece R$ 1.270, valor que será ajustado até 2014. “O governador Tarso Genro assinou a lei em 2008 (quando era ministro da Justiça no governo Lula), mas agora se nega a pagá-lo,” relaciona Luzia.
Além do piso, o magistério estadual também exige a manutenção do plano de carreira e destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação.
80% das escolas aderem à paralisação
Cerca de 80% das instituições de ensino abrangidas pelo 8° núcleo do Cpers Sindicato – em torno de 80 – aderiram à paralisação. Em Arroio do Meio, os professores e funcionários da Escola Estadual Guararapes paralisaram as atividades de forma parcial na quarta-feira e quinta-feira. Os 880 alunos tiveram aula somente até o intervalo. Hoje, a escola Guararapes interrompe todos os trabalhos. Cerca de 30 professores do educandário participam da mobilização realizada em Porto Alegre. O diretor da Guararapes, Paulo Backes, destaca que a paralisação não irá prejudicar o ano letivo dos estudantes. As aulas perdidas nesta semana serão recuperadas em dias a serem definidos pela direção.
Na Escola Estadual de Capitão, não houve paralisação na quarta-feira e quinta-feira. Na quarta-feira, o corpo docente ainda estudava a viabilidade de interrupção da aula na sexta-feira. Da mesma forma, a Escola Estadual Monsenhor Seger de Travesseiro manteve os trabalhos durante a quarta-feira e quinta-feira, com possibilidades de suspensão da aula de hoje.
A Escola Estadual Pouso Novo aderiu à paralisação durante os três dias. A diretora Tânia Maria Salvatori Constantin explica que os professores permaneceram em reunião na escola na quarta e quinta-feira. Parte dos docentes participa da mobilização em Porto Alegre na tarde de hoje. As aulas nas escolas estaduais voltam ao normal na segunda-feira.