Muito mais do que um evento comemorativo, o encontro das mulheres de Arroio do Meio Capitão e Travesseiro, realizado oportunamente ontem, no Dia Internacional da Mulher, teve como objetivo relembrar a luta da classe feminina por direitos iguais.
A importância do encontro das mulheres de Arroio do Meio, Travesseiro e Capitão, realizado na quinta-feira, pode ser percebida no número de participantes. Às 10h, 367 pessoas haviam assinado a lista de presença. Durante a tarde, mais mulheres estavam sendo aguardadas no salão do Esporte Clube Esperança de Dona Rita, sede do tradicional evento promovido pelo Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais, com apoio do STR e da Prefeitura de Arroio do Meio.
A programação iniciou às 9h30min com uma atividade que visava selar um pacto em prol da classe feminina. Todas as mulheres receberam uma fita e foram convidadas a amarrá-la no braço e fazerem um pedido. “Essa é uma forma de significar que você faz parte desse movimento,” explicou a secretária da Educação, Eluise Hammes.
Na sequência, os pastores Elias Beilffus, Valmir Simon e o padre Paulo Hoffmann celebraram um breve culto, onde citaram textos bíblicos referentes à importância da mulher e lembraram exemplos de mulheres que marcaram a história. “Todos nós viemos do ventre de uma mulher. Deus nos escolheu, desde a nossa concepção até os dias atuais. Por isso temos motivos para comemorar,” destacou o pastor Beilffus.
O ponto alto da programação na parte da manhã foi a palestra do cadeirante Marcos Paulo Kuhn. Com o enfoque Motivação e Superação, Kuhn relatou sua história de vida, desde o acidente que lhe fez perder a capacidade de caminhar, corrido em maio de 2003, até a fase de recuperação, na qual aprendeu a lidar com suas dificuldades e superar suas limitações. “As pessoas estão preparadas para as mudanças?” questionou. “Pois deviam estar. Mudanças acontecem todos os dias, positivas e também negativas,” prontamente respondeu Kuhn.
Na parte da tarde, a programação teve continuidade, com apresentações culturais e recreação. Eronita Hammes participa do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais desde março de 1985, em uma época em que elas não possuíam nem documento de identidade. “As mulheres eram donas de casas e não tinham poder aquisitivo para fazer as coisas,” lembra. Com o tempo, os movimentos feministas foram ganhando força e os benefícios foram surgindo. Hoje com 60 anos de idade, Eronita usufrui de uma das maiores conquistas do movimento: a aposentadoria para trabalhadoras com 55 anos.
Além do pagamento mensal para as aposentadas, a representante do movimento das mulheres, Sueli Ferrari destaca que as ações feministas também trouxeram avanços na área da saúde, educação e direito do voto. Eronita classifica o encontro alusivo à data como uma oportunidade para as mulheres relembrarem toda a luta pelos direitos iguais. “Quem faz as coisas acontecerem na sociedade são as mulheres,” conclui o prefeito Sidnei Eckert.