Em outras épocas da história brasileira, o Rio Grande do Sul teve, em momentos distintos, vários ministros na pasta da Agricultura e pelo que se sabe todos eles tiveram desempenhos satisfatórios e destacados, honrando a tradição do nosso Estado e, sobretudo, levando ao restante do País a vocação, o conhecimento, a responsabilidade e a retidão que normalmente caracterizam os nossos líderes.
A designação, nesta semana, do deputado federal Pepe Vargas, ex-prefeito de Caxias do Sul, para o ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) complementa a representatividade gaúcha na área, somando-se ao trabalho do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho.
Para alguns, possivelmente, ainda exista uma certa confusão quando se fala nos dois ministérios que, em épocas anteriores, eram uma pasta só. Atualmente as áreas de ação, ou os programas e assuntos que cabem a cada setor são diferenciados. Pois enquanto o MDA cuida da política da agricultura familiar, da geração de renda e “incluir produtiva e socialmente os pobres do campo”, reforma agrária, qualificação dos trabalhadores rurais, entre outras, o Mapa tem como tarefas as responsabilidades mais amplas no campo do agronegócio e todas as suas relações com agroindústrias, agropecuária, políticas de abastecimento, de produção e comercialização, aliás, uma infinidade de atribuições.
Os dois ministérios são muito importantes sob vários aspectos e enfoques. No campo social, destacam-se pelo grande contingente de pessoas envolvidas com as diversificadas cadeias de produção, seja como empresários, proprietários rurais ou mesmo como assalariados ou ainda outras formas de vínculo. No setor econômico, há de destacar-se o peso da produção agropecuária. As riquezas produzidas no Brasil têm muita relação com o campo. A balança comercial registra situações que chamam a atenção e os intercâmbios comerciais com outros países ou outros continentes recorrem muitas vezes ao uso da nossa produção primária, como uma moeda de troca.
Tanto o titular do Mapa quanto do MDA, respectivamente Mendes Ribeiro Filho e Pepe Vargas, ao serem designados para os cargos e os encargos, manifestaram exatamente aquilo que todo o homem público consciente e responsável ousa afirmar. Ou seja, que estão diante de desafios e de projetos de grande importância para o País, no todo.
Repito o que tenho dito em oportunidades anteriores, quando alguém deste Estado era guindado a cargos de projeção nacional, integrando, por exemplo, um governo federal. Nós nos orgulhamos com tais fatos e circunstâncias. E, bem antes de querermos tirar proveito disso, de reivindicarmos benefícios para a nossa terra, nosso Estado, formamos uma torcida para que façam o melhor pelo País inteiro, que tenham êxito na missão grandiosa, pois capacidade e preparo eles possuem.
Programa de irrigação
O governo do Estado faz um cálculo interessante para convencer-se da necessidade de apostar em um programa que objetive a diminuição dos efeitos de estiagens. Os 25% de perdas das safras de grãos neste ano representam pelo menos em torno de cinco bilhões de reais. Estima investir ao redor de 75 milhões de reais por ano em projetos que multipliquem a atual área irrigada. Desta forma poderá aumentar a produtividade de várias culturas, minimizando perdas anuais com as frustrações de colheitas. É boa a iniciativa anunciada nesta semana.