Talvez não seja este o termo que melhor reflete a manifestação, de desapontamento e de contrariedade, do vereador Romano Kunzler, na primeira sessão ordinária da Câmara de Vereadores deste ano, quando se referiu à longa luta da população de Arroio Grande (Arroio do Meio) e Capitão, pela concretização do projeto de asfalto.
Quero, antes de mais nada, solidarizar-me com esse vereador e os demais que também manifestaram-se sobre o assunto, que já não é nem mais novela, mas um motivo de indignação e de revolta e que atinge a todos nós que desde a década de 1980 acompanhamos o caso e que tem sido objeto de planos de governo de várias administrações estaduais.
O desabafo mais contundente do vereador é quanto à forma de como os atuais responsáveis, no governo estadual, tratam do assunto. “Antes conseguíamos conversar e hoje somos jogados de um lado para outro, sem nos darem nenhuma satisfação”.
A responsabilidade pelo que não está acontecendo vem sendo atribuída à empresa que desde 1988 tem o contrato em mãos. E, segundo informações, a construtora teria passado por dificuldades de sobrevivência, nesse período. Mas será que em todo esse tempo não se teria chegado a alguma saída jurídica para desfazer um negócio que não deu certo?
A implicância, o enredo é tão grande, que nem mesmo a intenção do município em fazer um quilômetro de asfalto a cada ano, desde 2009, tem sido possível, ou viável, embora esteja, inclusive, contratado um financiamento para isso. Segundo consta, o entrave é o fato de tratar-se de via estadual.
A população de Dona Rita e todo o Vale do Arroio Grande, até Capitão, é a grande injustiçada e castigada por essa delongada e sempre adiada confusão. Acho que é preciso lembrar do protesto feito em 2009, organizado por um grupo de moradores e que na época não teve o devido apoio de autoridades. Parece que existe uma movimentação no sentido de se organizar atos mais fortes e de maior repercussão. Hoje certamente ninguém se omitiria a participar. Basta alguém puxar a frente, como se diz!
Reflexos da seca
Em que pese a constatação dos prejuízos, perdas diretas, que os agricultores, produtores rurais estão contabilizando, em decorrência da prolongada estiagem, em termos de culturas, lavouras e, nesta região, com a produção de leite, multiplicam-se os efeitos em outros setores da economia.
O comércio, nas cidades em que há uma dependência acentuada do agronegócio, vê uma nítida retração, em vários segmentos. E nesta semana ocorreram algumas manifestações de fabricantes e de revendas de máquinas agrícolas, demonstrando a sua preocupação com a queda nos negócios, que, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, indicam uma redução de aproximadamente 30%. Logo mais as indústrias estarão dispensando trabalhadores, a geração de impostos também cai, consequentemente o conjunto da economia é abalada.
As medidas de apoio dos governos, de todas as instâncias, são importantes, mas levaremos, outra vez, vários anos para amenizarmos mais este episódio.
Ano eleitoral
A Justiça Eleitoral está imprimindo um ritmo intenso para verificar e acompanhar as ações dos agentes políticos e governantes, neste ano eleitoral. A utilização de recursos públicos é monitorada. Mas, mesmo assim, ocorrem casos que precisam ser avaliados e analisados. Qualquer privilégio é proibido, diz a legislação.