Ultimamente o assunto do emplacamento ou do licenciamento de máquinas agrícolas vem sendo objeto de discussões e preocupações dos produtores rurais, em especial os que precisam deslocar-se, por vias públicas, rodovias estaduais e federais, até os locais de trabalho.
Em algumas localidades da região, aconteceram fatos de abordagens e ameaças de apreensão de máquinas, por forças policiais, em cumprimento a dispositivos do Código Nacional de Trânsito.
Sem questionarmos a aplicabilidade da legislação existente, consideramos embaraçoso o fato da quase proibição do deslocamento de máquinas e implementos a serviço. Aí entra o detalhe, por exemplo, dos acessórios, como carretão, distribuidor de esterco ou outros, que não se enquadram na legislação, pois não contêm identificação, como o chassi, que seria um requisito básico para um emplacamento.
Uma outra dificuldade não menos interessante é que existem em praticamente todas as localidades do nosso interior e dos municípios da região máquinas, tratores mais antigos dos quais não se encontra mais a documentação de sua aquisição, como a nota fiscal de compra.
Em diferentes locais, estão sendo realizadas mobilizações dos produtores rurais com o objetivo de sensibilizar as autoridades de trânsito para uma certa tolerância na fiscalização do tráfego nas rodovias. No município de Marques de Souza, por exemplo, o Círculo de Máquinas, entidade que congrega os prestadores de serviços de máquinas, reuniu-se com a Câmara de Vereadores, quando os proprietários de implementos agrícolas pediram apoio da classe política para encaminhamentos, especialmente em relação a necessárias adequações da legislação do trânsito, no caso o Código Nacional de Trânsito. A intenção é buscar a adesão de outras instâncias de poder para viabilizar um futuro atendimento desta reivindicação.
Diversificação e aproveitamento de produtos
Quero fazer um breve registro acerca da realização de um curso de conservação de produtos hortigranjeiros, promovido pela Emater, sob a coordenação do competente e perseverante Elias. Uma etapa desse curso ocorreu em Forqueta (no Forquetense) no último sábado, com a participação de um motivado grupo de senhoras, senhoritas.
Segundo informações de Elias, antes do final do ano, deverá ocorrer um novo curso com o mesmo enfoque, ou seja, a diversificação na produção de alimentos sadios e que poderá significar um incremento na geração de renda na pequena propriedade da agricultura familiar. A comercialização de produtos ecológicos, in natura, e agora já com ensaios para processos de industrialização, são atividades em crescimento e com reais chances de sucesso e afirmação. Este tipo de iniciativas merece o reconhecimento.
Ainda sobre a estiagem…
Eu tenho uma leve esperança de que no momento em que você, leitor, estiver olhando e revirando as páginas deste jornal, o “começo do fim da seca esteja acontecendo”. Pois, nos últimos cinco meses, o setor primário passou por muitas dificuldades e frustrações. Muito se aprendeu com o fato, programas surgiram e outras novas medidas terão que ser adotadas daqui para frente, em especial nos setores de produção de frangos de corte, suínos e gado leiteiro. A força do clima impõe-se e exige providências permanentes.
Feliz Páscoa – Você mesmo faz a Páscoa ser mais ou menos intensa. Sugestão (caso o tempo permitir!): venha a Forqueta, assistir a 14ª encenação da Via-Sacra, ao vivo. Será simples, mas com grandes ingredientes de religiosidade.