Executar movimentos como puxar ou empurrar ou mesmo tarefas diárias como escovar os dentes ou usar talheres ficam prejudicadas e se tornam muito dolorosas para quem é acometido de artrite reumatoide.
Conforme a fisioterapeuta Marial Black, da Clínica Funcionale, trata-se de uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações do corpo. As articulações inflamadas provocam como principais características a rigidez pela manhã, fadiga muscular e, com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular podendo desenvolver deformidades nas articulações como, por exemplo, os dedos tortos que são a deformidade mais característica.
Marial explica que a doença gera dor persistente, inchaço e perda da mobilidade das articulações. Como uns dos principais sintomas são a fadiga e rigidez matinal, ou seja, dificuldade para se movimentar pela manhã, consequentemente, há perda de produtividade no trabalho e redução da qualidade de vida, uma vez que aumentará a incapacidade para realizar atividades pessoais e profissionais.
Mãos e punhos
Ao se avaliar as articulações do paciente, percebe-se que as das mãos e punhos são comumente mais acometidas, limitando atividades rotineiras, como se vestir, se alimentar ou cuidar da higiene pessoal. Geralmente, a doença começa nas articulações das mãos e dos punhos, de forma simétrica, podendo atingir outras partes do corpo.
De acordo com a fisioterapeuta, além de limitação funcional, quando não controlada, a enfermidade provoca com frequência fadiga muscular, podendo também aumentar o risco de problemas cardiovasculares, como infarto, uma vez que o coração é um músculo e pode tornar-se alvo da doença.
Conforme a Organização Mundial da Saúde, a incidência da artrite reumatoide é maior nas mulheres do que nos homens, e pode surgir em qualquer idade, mais comumente entre os 45 e 70 anos.
Prevenção e tratamento
Apesar de não existir uma maneira de prevenir a artrite reumatoide, o diagnóstico precoce e um tratamento adequado são muitas vezes a chave para prevenir os danos nas articulações quando ainda não existem as deformidades instaladas.
Há alguns anos os médicos geralmente recomendavam somente medicação e descanso para os que eram diagnosticados com a doença. No entanto, as evidências médicas atuais sugerem que a prática regular e moderada de exercícios físicos mantém a flexibilidade das articulações, melhora o equilíbrio, fortalece os músculos e reduz as dores articulares.
O tratamento da dor em si ocorre com o uso de medicação específica, anti-inflamatórios de via oral, injetáveis. Outra estratégia terapêutica deverá contemplar períodos alternados de atividades e repouso. Exercícios envolvendo atividade aeróbica, alongamento e relaxamento devem ser estimulados observando-se os limites individuais e a atividade da artrite. “De modo geral os exercícios oferecem maior sucesso quando iniciados após a inflamação ter sido tratada e controlada, com a medicação e fisioterapia. Existem também acessórios que auxiliam os pacientes com artrite reumatoide a realizar as tarefas diárias, tais como sapatos ortopédicos mais confortáveis, órteses de colocação nos pés, dedos, punhos”, finaliza Marial.