A população de Arroio do Meio está há quatro meses sem controladores de velocidade em funcionamento e assiste a um abuso de velocidade, uma verdadeira prepotência de alguns motoristas. A rua Presidente Vargas, no bairro Aimoré, virou uma pista de corrida, a exemplo de outras vias municipais descobertas de qualquer sistema inibidor de velocidade. Os munícipes cobram urgentes providências para precaver acidentes com vítimas, uma vez que os bons resultados obtidos através do controle eletrônico desapareceram juntamente com os números nos painéis das lombadas eletrônicas.
Há a promessa da instalação de quebra-molas em pontos estratégicos, especialmente nas imediações de escolas, para o controle do trânsito. De acordo com o secretário do Planejamento, Henrique Meneghini, o Município deverá conhecer nas próximas semanas a empresa que executará a instalação de quebra- molas. Em princípio, segundo ele, serão instalados quebra-molas nos locais onde havia controladores eletrônicos e em algumas novas situações em imediações de escolas. Serão ondulações transversais com asfalto.
Entenda o caso
Os 26 controladores de velocidade foram desligados em março pelo Município sob alegação de irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado na licitação feita na Administração anterior que põe em xeque a escolha pela empresa Kopp Engenharia, de Vera Cruz. A decisão pelo desligamento foi contestada pela empresa executora da implantação dos controladores. No recurso, a empresa afirma que o Tribunal de Contas em nenhum momento mandou romper o contrato, mas sim, adequar todos os apontamentos ao que exige a lei. O recurso, porém, foi engavetado. A Administração ainda apresentou proposta em março para repassar mensalmente o valor de R$ 215 por equipamento, o que não foi aceito pela Kopp sob alegação de que o atual sistema não cobre os custos de locação e manutenção previstos no contrato. Na semana passada, a empresa Kopp iniciou a retirada dos equipamentos.
A razão do desligamento total dos aparelhos que vinham multando um pequeno número de condutores não põe em dúvida o programa educativo de trânsito que vigorava desde 2009, quando o projeto foi executado pela atual Administração e vinha funcionando com êxito. Além da regressão mensal no número de multas que eram repassadas para a empresa Kopp pelo serviço prestado, conforme o contrato, o Município não repassava nenhum outro valor à empresa.
Velocidade alta
Para o empresário no ramo de comércio Carlos Ströher, no bairro Aimoré, o cuidado ao atravessar a rua tornou-se uma necessidade bem maior desde que as lombadas deixaram de multar. “A velocidade aumentou muito, é de assustar o comportamento de certos condutores numa via estreita, acostamento de ambos os lados e inúmeras estradas laterais. Além disso, não há nenhuma sinalização de velocidade permitida ou outra orientação que todas as vias deveriam ter. As lombadas funcionaram bem e criaram uma conscientização que ardia no bolso dos infratores. São a melhor forma de educar no trânsito. Já a intenção de instalar quebra-molas, ao meu ver, é um retrocesso. É coisa primitiva. Antes de precaver pode provocar acidentes. O quebra-mola pune tanto o bom motorista quanto o infrator. Acredito que não devemos criar obstáculos para os motoristas conscientes”, afirma o proprietário da Comercial Aimoré. TAS