Os preparativos da XVIII Feira Industrial, Comercial e de Serviços do Vale do Taquari – Expovale 2012, que ocorrerá no período de 09 a 18 de novembro deste corrente ano, no Parque do Imigrante, em Lajeado, já estão em andamento.
A exemplo das edições dos anos anteriores, o setor das agroindústrias familiares terá um pavilhão inteiro e no mínimo 90 estandes, com expositores do Vale do Taquari, marcarão presença nesse grande evento que tem uma meta de atingir um público visitante de mais de 200 mil pessoas.
A Emater, a Fetag e os STRs da região estão mobilizando, motivando e organizando os estabelecimentos da agroindústria familiar, como forma de divulgar as atividades diversificadas, agregar valor a produtos que no comércio convencional não encontram espaços e certamente irão aproveitar a ocasião para pedir ou requerer ações no sentido de criar os esperados mecanismos para uma livre comercialização dos produtos que têm apenas a inspeção municipal.
É necessário lembrar, mais uma vez, a morosidade ou a quase estagnação do processo de concretização do Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Animal), ou em outras palavras, a unificação da forma de inspeção dos produtos de origem animal, permitindo que os mesmos possam ser comercializados, sem barreiras, desde que estejam dentro da legalidade, em qualquer parte do território nacional.
Dentro da legislação atual, com o SIM, Sistema de Inspeção Municipal, as agroindústrias dos pequenos municípios não têm perspectivas, porque não há um mercado consumidor que possa absorver a produção oferecida. A extensão da área de vendas dos produtos significaria a real possibilidade de os estabelecimentos se tornarem viáveis.
JBS Friboi x Doux Frangosul
A segunda-feira, dia 11, marcou o início de uma nova era para mais de dois mil produtores de frangos de corte no Rio Grande do Sul. A data registra a volta dos abates de aves no abatedouro de Montenegro, após um longo período de suspensão do processo, em razão do desfecho a que as dificuldades financeiras da Doux Frangosul levaram a empresa.
No primeiro dia da volta das operações ou das atividades industriais, foram abatidas 270 mil aves e a projeção da nova empresa é alcançar a meta de 1,1 milhão de abates diários até o final deste ano.
Além desta boa nova sobre o retorno da normalização das atividades integradas, de criação de frangos de corte, ocorreu também o cumprimento do calendário de pagamento de pendências financeiras deixadas pela ex-integradora. Foram pagos os valores correspondentes à segunda parcela das dívidas com os produtores e o acordo prevê que no próximo mês de julho todos os atrasados sejam, efetivamente, honrados.
O que há com o mercado?
A oscilação de preços de produtos agrícolas e dos insumos utilizados na produção agropecuária é entendida como uma rotina. Mas o que está sendo observado atualmente foge um pouco do que poderia ser tido como normal. Fatores como a variação do dólar e as condições do clima, que provoca uma das maiores estiagens da recente história da produção primária, não apenas aqui no RS, inclusive em outros países, são mencionados para “justificar” alguns absurdos.
O desabafo de agricultores demonstra um quadro crítico, a começar com o exemplo do mercado de fertilizantes. O saco de ureia que no mesmo período do ano passado custava R$ 40 hoje é comercializado a R$ 72. Um aumento de 80%, enquanto o preço do leite não teve nenhum aumento, o preço do suíno diminuiu, a soja disparou, porque não houve produção e assim a rotina segue. É difícil querer motivar um setor tão importante da economia brasileira, quando a realidade do produtor é esta. Perguntamos: da onde o agricultor ainda consegue a coragem e a vontade para seguir pagando para trabalhar?