Petrobras anuncia alta no preço do diesel. Em Arroio do Meio, em média os preços subiram 4%, variando entre R$ 0,08 e R$ 0,12 por litro, mas nem todos os postos reajustaram os valores.
A estatal disse, em nota, que o aumento foi definido “levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo”. O que não convence os consumidores, pois o aumento acontece em um momento em que o preço do petróleo tem registrado queda diante do enfraquecimento da demanda global.
De acordo com a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) a alta de 6% do diesel nas refinarias aumenta o custo dos postos em 4% nos estados que adotam tributação com base no PMPF (Preço Médio Ponderado a Consumidor Final), caso do Rio Grande do Sul. Mas o reajuste real nas bombas dependerá da alta repassada pelas distribuidoras, de quem, por lei, os postos estão obrigados a comprar todo combustível comercializado.
A entidade ressaltou também, em nota, que “o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor decidir se repassará ou não ao consumidor os maiores preços, bem como em qual percentual, de acordo com suas estruturas de custo e de forma a remunerar adequadamente seus investimentos”.
A federação ainda informou, no entanto, que entende ser imprescindível manter a sociedade informada, para que a revenda varejista, lado mais visível da cadeia de abastecimento e quem lida diretamente com o consumidor, não seja responsabilizada por alterações no preço ocorridas em outras etapas do mercado e que, muitas vezes, são apenas repassadas pelos postos.
O Ministério da Fazenda ainda não definiu se/ou quanto a gasolina e o etanol sofrerão de reajuste – mas estuda aumentar a mistura de álcool anidro em 25% na gasolina.
Os consumidores estão apreensivos. O caminhoneiro autônomo Airton Winter, 35 anos, morador do loteamento Antares em Bela Vista, não esconde a indignação da classe com o aumento justo na semana em que é comemorado o Dia do Motorista. Conforme ele, apesar de estar anunciada uma manifestação em massa para o dia 25, a adesão à paralisação é complicada, “dependemos do frete para pagar a prestação do caminhão, entre outros vencimentos”.
Segundo Winter, o aumento na bomba representa R$ 80 a cada viagem de 2,4 mil quilômetros, que realizada semanalmente em direção ao centro-oeste (ida e volta), sem incluir outros custos que sempre são reajustados com a inflação – como o da alimentação que gira em torno de R$ 35 o dia, e aproximadamente R$ 150 por semana e da manutenção.