O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul deverá alcançar, no final do presente ano, um desempenho bem abaixo do que foi projetado no início do exercício. Portanto, o fato significa uma redução nos resultados das atividades econômicas no Estado, chegando a níveis, quase irrisórios, no comparativo aos últimos anos.
Um setor que contribui, diretamente, para a frustração na geração de renda é o da produção agropecuária, a partir das perdas nas lavouras de milho, soja e leite, principalmente.
A menor oferta de produtos, sobretudo de grãos, tem elevado a cotação dos preços da soja, que alcança níveis até então não vistos e o milho igualmente consegue uma valorização, no preço, causando um impacto direto no custo de produção de suínos e de aves.
Porém, além dos resquícios do recente fenômeno climático interno, temos também a constatação da ocorrência de uma intensa estiagem nos Estados Unidos, na área da produção agrícola. Mais de 50% da região produtora está sendo afetada, colocando em risco a produção de soja e de milho, que deverão registrar uma queda brutal, considerando a sua importância no equilíbrio do mercado internacional.
E não há nenhum exagero ao considerar-se que o preço da soja atualmente aqui praticado, que está perto de 70 reais a saca, tem uma relação com a crise dos norte- americanos, em se tratando de quebra de safra.
A lei da oferta e da procura está em evidência, com benefícios para alguns, mas com repercussão negativa para a economia do Estado e dos países. Este conjunto de altos e baixos está a comprovar que a produção primária jamais deixará de ter um peso acentuado na apuração do PIB gaúcho e nacional. E os fatos estão a exigir políticas de maior consistência e não de apenas efeitos esporádicos. É indispensável um planejamento de longo prazo, proporcionando condições para que o grande volume de recursos aplicados dê resultados compensatórios.
Comitiva russa vem ao Estado
A partir da próxima semana e por um período indeterminado, o Rio Grande do Sul estará acolhendo uma comitiva russa, com a missão de vistoriar um total de oito frigoríficos (plantas industriais) de abates de bovinos, suínos e aves.
O anúncio é alentador, na medida em que as consequências do embargo russo à compra de carne suína do RS já dura mais de um ano e o fato tem causado um grande mal para a atividade, aumentando gradativamente a crise no setor. É preciso lembrar que antes da decisão de suspensão da compra do nosso produto a Rússia importava um volume correspondente a 70% da produção de suínos do Estado.
Com a possibilidade da reabertura do mercado russo, mais os efeitos de algumas medidas já anunciadas pelo governo federal, poderá ocorrer uma condição melhorada para os suinocultores. É preciso sair deste “campo das possibilidades” e tornar “real” um novo quadro.
Usinas (pequenas) de álcool
O tema de instalação de microusinas de produção de álcool combustível em algumas localidades (na região e fora daqui) ficou envolto em silêncio por alguns anos. Agricultores que acreditavam em uma fonte alternativa de renda continuam aguardando a utilização dos recursos públicos, em processo de deterioração. Em nome da transparência será interessante esclarecer este caso. É um tema de casa.