No dia em que os suinocultores brasileiros organizaram uma forte manifestação na Capital Federal, ontem, quinta-feira, o governo, através do Ministério da Agricultura, anunciou algumas medidas, que podemos denominar de “pacote”, para diminuir um pouco a intensidade da crise que vem atingindo o setor.
A iniciativa de anunciar uma linha especial de crédito, na ordem de R$ 200 milhões, em favor dos frigoríficos e supermercados, podendo igualmente estender-se para as cooperativas e agroindústrias, tem o objetivo de enxugar o excesso de carne suína no mercado interno, antecipando as compras de leitões a serem abatidos para as festas de fim de ano.
Além da disponibilização de uma linha de financiamento, o Ministério da Agricultura trata da possibilidade de prolongar as dívidas dos produtores de suínos, estimadas em R$ 800 milhões, dos quais o estado do Rio Grande do Sul responde por R$ 700 milhões.
O governo pretende reduzir a extensa margem entre o preço de custo e o de comercialização do quilo do suíno, através do instrumento do Prêmio para Escoamento do Produto (PEP), pagando R$ 0,40 por quilo. Mesmo assim pelos preços praticados atualmente, ficaria uma diferença de aproximadamente R$ 0,50 por quilo, a não ser que aconteça um aumento de consumo interno e uma reação dos preços a nível de produtor.
Na semana anterior, se falava dos produtores de Santa Catarina, que haviam conseguido que seus governantes (prefeituras) decretassem “Situação de Emergência”, face à crise vivida, agora os suinocultores do RS forçaram a mesma atitude em vários municípios que têm na atividade um fator de desenvolvimento social e econômico.
Batendo na mesma tecla…
Eu preciso pedir tolerância aos leitores por estar insistindo em um assunto que para muitos já pode constituir-se em uma chatice, repete¬co, caso sem solução, etc. Refiro-me mais uma vez, ao programa da tuberculose, sobretudo ao que ele representa, agora, de problemas para os produtores que estão na espera de ver concretizado aquilo que no início, em 2009, foi colocado.
Enquanto estão sendo apurados os motivos da ainda não distribuição dos Certificados de propriedades livres e a demora na sequência de certos procedimentos, há produtores de leite que deixam de receber alguns centavos a mais no preço pago pelo litro do produto entregue, por certas indústrias que atuam na região e que adotaram a política de remunerar melhor a produção que tem origem de estabelecimentos com sanidade comprovada.
São diárias as manifestações de produtores, especialmente de leite, que se dizem inconformados com o que está acontecendo em Arroio do Meio, ainda mais pelo fato de em outros municípios da comarca a programação estabelecida desde a implantação e execução do programa, ter sido realizada sem maiores percalços. As etapas queimadas custaram muito caro e significativo volume de dinheiro público foi envolvido. Por isso a cobrança, o apelo e a consequente desconfiança e descrédito em relação ao que foi proposto.
A amplitude do Programa de Combate e Erradicação da Brucelose e Tuberculose é grande e ele não pode ser menosprezado, considerando o esforço e os objetivos de quem se desdobrou para a sua implantação e concretização, prevendo benefícios valiosos para milhares de produtores e um imenso contingente de consumidores.