Levar conhecimento a lugares onde só o barco chega. Essa será a missão das arroio-meenses Bruna Jordon e Francieli Winck, integrantes do grupo da Univates que participa de mais uma edição do Projeto Rondon. As férias de inverno desses estudantes serão prestando trabalho voluntário a comunidades que necessitam de atenção.
Coordenado pelo Ministério da Defesa, o Projeto Rondon tem por objetivo a integração social que envolve a participação voluntária de estudantes universitários na busca de soluções que contribuam com o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes. Neste ano, os alunos da Univates participam da Operação Açaí que ocorre de 6 a 22 de julho na cidade de Curralinho, no Pará.
Formado por oito alunos dos cursos de Biomedicina, Letras, Engenharia Ambiental, Jornalismo, Biologia, Administração e Psicologia e pelos professores Dorli Schneider e Rafael Eckhardt, o grupo embarcou na manhã de ontem para Belém, numa viagem de sete horas. Até a cidade de Curralinho o grupo enfrenta uma viagem de nove horas, de barco.
Além da Univates, também participam da Operação Açaí, a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Enquanto os gaúchos desenvolvem atividades focadas na educação ambiental; inclusão digital; produção de rádio e materiais informativos; desenvolvimento de trabalho cooperativo; artesanato e turismo, os paranaenses desenvolverão atividades ligadas à cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde.
Troca de experiências
Localizada a 130 km de Belém, a cidade de Curralinho pertence à Ilha de Marajó. Por se tratar de uma cidade ribeirinha, são muitas as carências do local, como por exemplo, a potabilidade de água, fossas sépticas, lixo, parasitoses. O Projeto Rondon estabelece que as regiões prioritárias de atuação sejam aquelas com maiores índices de pobreza e exclusão social, bem como áreas isoladas do território nacional que necessitem de maior aporte de bens e serviços. “Como formanda em Biomedicina, vou exercer atividades como controle de zoonoses e vetores, alimentação saudável e oficinas sobre saúde humana”, explica Bruna.
As ações desenvolvidas por Francieli no Projeto Rondon serão bem diferentes de Bruna. “Como minha área é Letras e irei trabalhar com a parte de informática, oficinas de motivação, de atendimento e de elaboração de projetos, bem como atividades relacionadas ao artesanato e construção de brinquedos e outros materiais com sucata”.
Sobre os costumes e cultura da cidade em que irão permanecer durante 14 dias as acadêmicas pouco sabem. “Uma das informações que temos é que por lá existem pouquíssimos carros já que o transporte é feito basicamente de barco entre uma comunidade e outra. Estamos um pouco preocupados com o que vai ter de alimentação por lá, já que ela é típica e deve ser bem diferente da nossa”, afirma Bruna.
A expectativa das estudantes para a viagem é grande. “Será uma grande missão que temos pela frente, a começar pela viagem de barco de Belém a Curralinho que será de nove horas”, lembra a futura biomédica. Já Francieli destaca que está bastante entusiasmada com o Projeto Rondon, na cidade de Curralinho, no Pará. “Será uma experiência inesquecível. Desenvolveremos ações que visam à melhoria da qualidade de vida da população, pois o local possui grandes limitações e poucas facilidades. Com certeza iremos adquirir e trocar muitos conhecimentos que irão contribuir para a nossa formação”, complementa Francieli.
Para integrar o Projeto Rondon, os alunos participam de uma seleção, onde são avaliados currículo, projetos anteriores e as notas obtidas no decorrer da graduação.
Curralinho
A cidade de Curralinho se localiza na microrregião de furos do Marajó. O acesso até o local só é possível de barco, numa viagem de nove horas ou em aviões fretados. Com mais de 28 mil habitantes, a economia da região é baseada no extrativismo vegetal e na pesca de forma sustentável.