O Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) foi regulamentado em 2006, mas até hoje não saiu do papel. O governo federal, ou melhor, o Ministério da Agricultura tem substanciais recursos disponíveis, não sendo, todavia, utilizados para o desenvolvimento das ações que as regras do programa preveem. Falta, sobretudo, o engajamento e o entrosamento com os estados, fator que inviabiliza a sua implantação e execução, em favor, principalmente das agroindústrias de pequeno porte.
O Susaf, Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, criado pelo governo estadual, no início do mês de julho passado, pretende ser uma alternativa ao Suasa, simplificando as condições de funcionamento. O objetivo maior desta política do Estado é criar condições para que as agroindústrias familiares, estabelecidas nos municípios que já têm o Sistema de Inspeção Municipal (SIM), possam comercializar a sua produção em qualquer localidade do Rio Grande do Sul.
Importante destacar que existe uma estatística dando conta de que em torno de 67% dos municípios ainda não possuem o Serviço de Inspeção próprio, requisito básico para a adesão a um plano maior e, dos restantes 33%, que, em tese já teriam o SIM, em metade das localidades não funciona.
Os seis anos de Suasa, sem nenhum êxito ou resultado, e o recém-criado Susaf não conseguem nutrir ou provocar qualquer expectativa otimista, pelo descrédito que os envolve. Nem mesmo o fato da identificação política entre os governos federal e estadual é capaz de dar um necessário impulso às agroindústrias familiares que, no modelo atual, não têm, pelo menos na nossa região, maiores chances de sobrevida, considerando o restrito mercado consumidor que a legislação lhes impõe.
Com vontade política, estes instrumentos poderão evoluir. A “zona de conforto” ou a falta de interesse em desenvolver uma atividade econômica, com potencialidades, é o que provoca a atual situação de inoperância e de indiferença.
Certificação das propriedades rurais
Há indícios de uma solução para as pendências que vêm atrasando o fornecimento de certificados para os produtores rurais que participam do Programa de Erradicação e Controle da Brucelose e Tuberculose.
Algumas reuniões ocorreram e certos detalhes teriam sido ajustados. Inclusive a troca de comando da Secretaria Municipal de Agricultura pode ter contribuído para ações práticas e de evolução, apesar de manifestações do atual titular, dizendo que herdou um conjunto de problemas.
A propósito deste comentário, recebi, em forma de subsídio, uma análise de alguns números relativos ao processo de realização dos testes nas propriedades agrícolas. Segundo um fiel leitor do AT e desta Coluna, o município de Arroio do Meio tem um plantel de aproximadamente 14 mil bovinos. O custo médio de cada teste (foram realizados quatro procedimentos), por animal, foi de R$ 9,00. Então, multiplicando esses dados, temos um desembolso de mais de R$ 500.000,00, que os agricultores e o município tiveram, apenas com o serviço dos profissionais veterinários. Soma-se a este número, a indenização dos animais com os testes positivos, o seu transporte aos frigoríficos, a compra dos materiais utilizados, como tuberculina, brincos, etc., mais o pagamento do pessoal auxiliar. Sem menosprezar estas considerações, há de analisar-se o custo/benefício do investimento, que, certamente tenderá a ser positivo, desde que o processo seja concluído. O plano piloto não pode ficar pela metade.
Safra Record
O 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo, na segunda-feira, prevê, para 2013, uma safra record nas culturas do milho e soja. Os preços atrativos praticados neste ano estimulam a ampliação das áreas destinadas a essas lavouras. Fala-se em uma colheita de 165 milhões de toneladas. Será excelente.