Alimentos ficam mais caros, leguminosas e verduras lideram aumento de preços e pressionam o aumento da inflação
Inflação de 0,41% é a maior dos últimos cinco anos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a pressão inflacionária já incorpora 5,24%, 0,4 superior na comparação anual. A inflação é pressionada também pelo grupo de alimentação e bebidas que registrou a maior variação do indicador.
O tomate mais uma vez apresentou o maior ganho de peso para o bolso do consumidor, com encarecimento médio de 18,9% frente a julho. Em Arroio do Meio, no supermercado STR o preço do tomate longa vida, que há dois meses era de R$ 2,50, hoje está em R$ 5,99. O tomate miúdo também teve aumento. O quilo passou de R$ 1,99 para R$ 4,09. No Supermercado Arroiomeense o tomate longa vida custava R$ 2,90 e agora está em R$ 5,58.
Especialistas justificam que o preço elevado do tomate se deve ao clima atípico nas regiões do plantio, onde as chuvas em excesso prejudicaram a produção. Assim houve um decréscimo na produção e menor oferta. Para compensar os preços baixos do começo do ano, período em que o calor amadureceu mais rápido a safra, os produtores estão cobrando mais pela produção atual, já que a demanda é menor que a oferta.
Além do tomate, a cenoura acompanha a lista dos maiores encarecimentos do ano. Já acumula avanço de 65%. Em seguida está o alho, com 39%; a batata inglesa, com 22%; o ovo de galinha, com 12,7% e as bebidas alcoólicas que estão 4,5 % mais caras.
O impacto é maior na economia de famílias menos abastadas. Isso ocorre porque uma parte maior do orçamento é comprometida com a compra de comida. Prova disso é o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC, de agosto, também do IBGE, que aponta a inflação para as famílias com renda de até seis salários-mínimos como fator que desfavorece a aquisição de alimentos diversos e saudáveis.
O exemplo disso pode ser facilmente constatado nos supermercados: “Sempre compro tomates e outras verduras porque considero saudável. Mas agora com a alta nos preços vou começar a controlar meus gastos. Com o dinheiro da aposentadoria não consigo escolher muito. Analisei e hoje vou ter de deixar o tomate de fora do meu rancho em razão ao preço absurdo,” observa Anita Kraemer, aposentada, de 79 anos, moradora de Arroio do Meio.