A prorrogação do IPI reduzido para a indústria automobilística até 31 de outubro trouxe mais dois meses de aflição para as revendas de carros usados
A redução do IPI para carros novos está tirando o sono dos donos de lojas de carros usados. Com o incentivo concedido pelo governo federal, os estabelecimentos que lidam com seminovos penam para realizar negócios. Sem as mesmas vantagens para atrair consumidores em relação às concessionárias, o setor passa por um período difícil.
A Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) estima que, de março a julho, 4,5 mil lojas foram fechadas, alcançando 10% do total de pontos do País. O Rio Grande do Sul acompanha a média nacional. A saída para quem continua na atividade tem sido apostar em promoções, baixando os preços em até 20%.
“Se não nos adequarmos à situação, a redução de vendas vai continuar. Tivemos a diminuição de até 40% nas nossas vendas. Para contornar a crise precisamos apostar em preços reduzidos e outros diferenciais que contemplem nossos clientes e fomentem as vendas,” afirma Rodrigo Caser, proprietário da Rode Bem Veículos, de Arroio do Meio.
“É claro que todos temos o sonho do carro novo, mas existe um número acentuado de pessoas que o compram por empolgação. Resultado do estímulo da mídia e da propaganda que é feita em cima da redução do IPI. O desconto dos carros usados segundo a tabela FIPE é muito maior do que com carros novos e chega a 20%. Em comparação, o desconto do IPI reduzido, em alguns casos, é de 7% aos carros novos”, comenta Enio Carlos Meneghini sócio-proprietário da Meneghini Veículos, de Arroio do Meio, defendendo o mercado dos usados.