Arroio do Meio – A Escola Municipal Afonso Celso por meio do projeto Escola da Terra vem realizando neste ano uma monografia da comunidade de Picada Arroio do Meio. No final de setembro, os 23 alunos da escola continuaram sua série de visitas pela comunidade. Dessa vez, o local visitado foi o moinho velho.
Acompanhados pelas professoras Vera Lúcia Rauber e Elenice Lorenzon, os alunos conheceram um pouco mais da história do moinho e de sua importância para a comunidade de Picada Arroio do Meio, já que no local eram feitas moagem de cana e de fumo. Para finalizar o trabalho, os alunos tiveram que escrever um texto, contando um pouco sobre a experiência.
Conforme a diretora Vera Lúcia, os alunos estão empolgados com o andamento do projeto e se esforçaram para fazer um bom texto, pois sabiam que o mesmo seria publicado no jornal. “Há um grande incentivo dos professores e alunos que fazem parte desse projeto, para valorizar a permanência desses alunos no meio rural. Além disso, os pais também estão muito engajados nesta ação e sempre que possível participam dos mutirões realizados na escola”.
Além da Escola Afonso Celso, ainda fazem parte do projeto as escolas Itororó (Palmas), Duque de Caxias (Arroio Grande Central) e Getúlio Vargas (Passo do Corvo).
Moinho Velho
Eu estudo na Escola Municipal de Ensino Fundamental Afonso Celso, Escola da Terra. Essa escola fica em Picada Arroio do Meio. Estamos resgatando a história da comunidade e visitamos dia 28 de setembro/2012 o moinho da localidade que é um patrimônio antigo. Hoje quem trabalha nesse moinho é o senhor Tércio Fröhlich.
O moinho antigamente pertencia ao senhor Reinoldo Lawermann (falecido), que vendeu para Carlito Majolo, que também já é falecido. O dono nos mostrou o moinho que passou por uma reforma em 1990. Dentro do moinho, o senhor Tércio tem um limpador de milho, uma máquina que tritura o milho e um peneirador de milho triturado, a qual a farinha já sai pronta para ser comercializada.
Existia uma roda do lado de fora que girava sem parar, movida a água, fazendo com que as máquinas funcionassem. A água era trazida através de uma valeta. Uma pequena represa que ficava a uns 500 metros acima do moinho fornecia água suficiente para que ela girasse e se movimentasse noite e dia. Com o tempo, essa roda apodreceu e aos poucos ela foi quebrando. Durante muitos anos o moinho era movido à água , mas alguns anos para cá ele funciona com eletricidade.
Antigamente os moradores da nossa e outras localidades vinham ao moinho de preferência em dias de chuva, pois nos outros dias trabalhavam na roça. Os moradores das outras localidades vinham a cavalo. A farinha era levada para casa e as esposas já aguardavam seus maridos para fazer o tão gostoso pão de milho, feito em fornos que ficavam ao lado da casa.
Ele nos contou ainda que quando chovia muito a valeta enchia de terra e ele tinha que limpá-la com enxadão e pá. Era um serviço muito judiado. O senhor Tércio falou que recentemente vendeu o moinho e que este será reconstruído em outro lugar. É uma pena, mas através deste relato que fiz, fica o escrito da história que já aconteceu, e está acontecendo e quem sabe será um registro que será lido por muitos daqui a alguns anos fazendo com que sua imaginação viaje no tempo.
Aluna Denise Gräff – 3º ano