O interesse do município de Arroio do Meio em participar do Programa Integração de Sistemas Agropecuários – PISA, criado pelo Ministério da Agricultura, demonstra uma necessidade de se ter um fato novo que sirva de motivação, especialmente dos produtores de leite, na busca de uma maior profissionalização do setor.
Municípios da nossa região, de menor porte e até de menos expressão em termos de número de produtores e volume de produção, já estão desenvolvendo programas idênticos e já dispõem de dados para avaliações e importantes conclusões.
Infelizmente, nos últimos anos temos percebido, em nosso meio, uma acentuada dificuldade no que diz respeito a iniciativas de elaboração de programas específicos e de desenvolvimento das principais cadeias produtivas do setor primário.
Temos, como exemplo, o programa piloto da brucelose e tuberculose. Estamos no quinto ano de sua implantação e continuamos, ainda, na primeira fase do mesmo, que é o processo de realização de testes e de certificação das propriedades. Muitos recursos públicos já foram consumidos, havendo, porém, fatores que travam o desenvolvimento das ações. Destaque-se que a intenção desse Programa sempre tem sido motivo de louvor, mas é inegável que até este momento ele não atendeu ou não contemplou às expectativas. Há, na verdade, peças nesta roda que ainda não estão engrenadas.
Voltando ao PISA, a sua implantação no município de Travesseiro serviu de exemplo e de inspiração para que o governo de Arroio do Meio tentasse trazê-lo para cá. E ao contrário do que alguém ousou dizer que muitos agricultores resistem à ideia de mudar os métodos de produção adotados ao longo dos anos, o setor primário sempre tem estado aberto a novas tecnologias e principalmente novas orientações. Sempre se viu que é preciso que alguém lidere, puxe a frente, defenda os interesses e as necessidades dos produtores. As respostas sempre são positivas. Para colher é preciso plantar e não é possível inverter esta ordem.
Fechamento de aviários
Quando se toma conhecimento de dados em relação à desativação de aviários nos municípios do Vale do Taquari, ficamos preocupados. Dezenas e dezenas de propriedades param de produzir por diversos motivos, mas especialmente em consequência da necessidade de investimentos para a melhoria de sua estrutura de produção e por razões ligadas aos procedimentos de licenciamentos ambientais.
Há alguns anos, um razoável número de produtores teve que firmar compromissos junto ao Ministério Público, os denominados TACs (Termos de Ajustamento e Conduta).
Sucede que neste meio tempo aconteceram algumas alterações no tão comentado Código Florestal Brasileiro e uma parcela dos Tacs não mais caberia, considerando as novas regras ambientais. Entretanto, o desgosto, a decepção e a inconformidade que tais fatos provocaram fazem com que hoje a maioria desses atingidos não mais queiram rever as suas situações.
As consequências desse episódio, infelizmente, são significativas sob o enfoque econômico e social. Há menos renda no meio rural e nos municípios e cresce o número de agricultores desistindo de suas tradicionais atividades.
Tragédia de Santa Maria
Não há pessoa alguma que não se sensibilize com este episódio de incontida tristeza. O sensacionalismo e a politicagem não podem desviar os rumos das investigações na busca dos que têm responsabilidade pelo ocorrido. E que não ocorra julgamento movido pela emoção.
Para o Joel e seus familiares vai a torcida de todos nós, no sentido de que superem este desafio e principalmente os traumas e sequelas deste momento de extrema provação.