As entidades e líderes regionais que vinham tratando da organização da edição 2013 da Agroindústria Familiar e Feira de Implementos Agrícolas iniciam o ano com uma grande incerteza quanto à realização ou não do grandioso evento.
Sabe-se que sem recursos financeiros não há possibilidades para a promoção de projetos desta natureza. A projeção de despesas eleva-se a somas assustadoras e a não captação de recursos externos (dos governos estadual e federal) inviabiliza o intento.
A busca de apoio financeiro já estava programada e contatos neste sentido vinham sendo encaminhados, dentro de um clima de incertezas como normalmente acontece.
Todavia, o que os organizadores não esperavam e que repercutiu de forma negativa, foi uma manifestação do superintendente estadual do Ministério da Agricultura, que deu a entender de que Feiras, como a Agroind, não eram prioridade para o governo federal.
Esse fato causou uma justificada indignação em todo o setor das agroindústrias familiares, não apenas desta região, mas de outras partes do Estado e até de outras federações do País que já estiveram aqui nas edições anteriores.
O porta-voz do Ministério da Agricultura e por extensão do governo federal, foi muito infeliz, indelicado e desrespeitoso com um segmento que quer crescer e desenvolver-se. Efetivamente o não comprometimento das autoridades federais para com as causas dos empreendedores rurais ficou escancarado e explícito. Se uma vez se queria entender a razão, por exemplo, de programas importantes não andarem, como o caso do Suasa, parece que isso começa a clarear a partir de posições manifestadas.
A se confirmar a não realização da Agroind deste ano, centenas de pequenas empresas rurais deixarão de ter uma oportunidade para mostrar a sua capacidade de produção de excelentes produtos alimentícios. E da mesma forma, um expressivo número de indústrias de máquinas e implementos agrícolas deixarão de realizar atraentes negócios, cujos recursos reverteriam em favor da geração de renda e de oportunidades de empregos, questões que, com certeza, interessariam ao governo federal.
Energia mais barata?
Além do demonstrado descaso do governo federal para com o setor das agroindústrias familiares gaúchas, a Presidente Dilma não consegue disfarçar o desconforto de não poder concretizar um plano anunciado no final de 2012. A governante prometeu que o custo da energia elétrica seria reduzido.
A “equipe econômica” argumenta que a diminuição da capacidade de geração de energia estaria impedindo o cumprimento do plano presidencial.
Esse tipo de publicidade só é possível entender quando ele está inserido em um contexto político ou de politicagem. E aí vemos que grandes “massas” deixam influenciar-se e são induzidas ao erro ou a decisões pessoais equivocadas.
10 milhões perdidos
Uma informação veiculada nos meios de comunicação nas últimas semanas diz respeito a um recurso de mais de 10 milhões de reais que o Estado teria deixado de buscar, junto à União, por uma desatenção ou simples desleixo. O dinheiro refere-se ao Programa de Irrigação, para o atendimento de projetos em diversas regiões. Segundo versões, o não encaminhamento de documentos necessários e no prazo devido motivou o cancelamento do repasse.
Perde o Estado, perdem os empreendedores, perde a economia do País. Não se pode afirmar que o fato tenha a ver com incompetência. Mas é fruto da priorização que foi dada à campanha eleitoral, onde os gestores tiveram as suas atenções desviadas para um envolvimento direto em favor de quem tinham que “ajudar”. Isso é lamentável!