Bento Gonçalves – A 36ª Romaria da Terra do Rio Grande do Sul reuniu mais de 15 mil pessoas na terça-feira de Carnaval. O evento ocorreu no Parque Municipal da Associação Bento Gonçalvense dos Centros de Tradições Gaúchas de Bento Gonçalves. Um ônibus com 33 pessoas ligadas à Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro participou da procissão.
O tema da Romaria foi: “Terra e Cidadania: princípios do bem viver”. A 36ª edição foi um momento para debater as experiências concretas de agroecologia, partilha, economia solidária e preservação do planeta como lugar de convívio e de promoção da vida.
Durante o evento o governador Tarso Genro, acompanhado do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, reafirmou compromisso com agricultura familiar. Mencionou que a ocasião é um momento de celebração, fraternidade, luta e produção, um elemento fundamental da cultura cívica e religiosa do Estado.
Conforme o governador, a política integrada e uma energia comum entre governo e sociedade é fundamental para que o Rio Grande do Sul seja exemplo de crescimento, de baixo para cima, do pequeno em direção aos médios e grandes produtores.
Já o ministro Pepe Vargas destacou que a agricultura familiar produz mais de 70% dos alimentos que são consumidos pelo povo brasileiro. Ele disse ainda que a terra não é só um meio de produção, mas um modo de vida, a construção de uma cultura vinculada à vida de quem trabalha e produz na terra, e que na Romaria é possível discutir os desafios do campo e as políticas públicas para a agricultura familiar.
A romeira Terezinha Froder, de Arroio do Meio, contou que pela primeira vez participa da Romaria da Terra: “A caminhada, o acolhimento, a celebração é muito importante para todos, principalmente para o pessoal que trabalha com a terra, que vive da terra, nós precisamos da terra para tudo, sem produção não somos nada”, ressalta ela que pretende participar de outras edições da Romaria.
Novas práticas
O objetivo da Romaria é estimular as pessoas a assumirem novas práticas de vida que consolidem a preservação do meio ambiente e a defesa da vida, como não usar venenos e produzir alimentos saudáveis; ressaltar a importância da agricultura familiar e camponesa; produzir ecologicamente, adotar um consumo consciente e responsável; reciclar, cuidar das fontes e nascentes; construir cisternas e recuperar a mata ciliar.
A 1ª Romaria da Terra no Rio Grande do Sul aconteceu em memória do martírio de Sepé Tiaraju e seus companheiros índios, dia 07 de fevereiro de 1756. Conforme a Brigada Militar mais de 15 mil pessoas participaram da 36ª edição da Romaria da Terra.

