Arroio do Meio – A primeira barra de chocolate da fábrica da Neugebauer deve começar a ser produzida, de maneira oficial, no início do segundo semestre. A confirmação foi feita pelo presidente da Vonpar, Ricardo Vontobel, detentora da marca no Brasil, em visita concedida pela empresa às instalações da estrutura construída ao lado da indústria de balas, situada no bairro Medianeira.
Foram investidos, até o momento, cerca de R$ 160 milhões na construção à margem da ERS-130. Os equipamentos importados transformam a fábrica da Neugebauer na mais moderna da América Latina. A automação é um dos pontos-chave da fábrica, pois dará mais precisão nos processos de fabricação, com aperfeiçoamento do resultado, maior eficiência e menor perda de material.
O período de testes está previsto para o fim de maio, quando os maquinários sofrerão os ajustes necessários para trabalhar nas seis linhas de montagem da estrutura de 30 mil metros quadrados.
Com o novo investimento, a empresa pode ampliar em até 200% a produção. A unidade da Neugebauer de Porto Alegre será desativada e alguns empregados de lá serão realocados no complexo arroio-meense.
Serão três etapas. Cada fase contemplará duas linhas de produção. Após maio, o começo das outras quatro restantes ocorre em julho e em setembro. A expectativa é de produzir até três mil toneladas de doces por mês. O faturamento previsto é de R$ 350 milhões já no primeiro ano de funcionamento.
O prefeito Sidnei Eckert se mostrou impressionado com a grandeza da obra. Relatou que, durante as conversas com os empresários, desconhecia a magnitude do novo complexo.
Mão de obra
O presidente da empresa está tranquilo quanto à mão de obra. A fábrica de chocolates abrirá vagas para 150 pessoas. Entretanto, Vontobel não soube dizer de quais municípios elas serão contratadas. “Não tenho como dizer se será de Lajeado, Encantado, Arroio do Meio, mas serão pessoas da região”, garantiu.
A única “importação” de mão de obra ocorrerá em cargos estratégicos, que necessitem de mais pessoas especializadas. Elas serão deslocadas de Porto Alegre. Para Vontobel, os trabalhadores locais têm capacitação suficiente para atender a demanda necessária.
A Vonpar Alimentos já iniciou as contratações. As oportunidades serão nas áreas de supervisor de produção, supervisor de suprimentos, assistentes de controle de qualidade, mecânicos de manutenção, assistentes administrativos, auxiliares administrativos, operadores de máquina e auxiliares industriais. A empresa também oferece vagas para pessoas com INSS e reabilitados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os selecionados receberão treinamento em tecnologia de chocolate e em conceitos de manutenção e operação. Os interessados podem se inscrever pelo site da empresa, no www.vonpar.com.br (em Trabalhe conosco), pelo e-mail pdametto@vonpar.com.br ou direto na portaria da Vonpar de Arroio do Meio. O telefone é 3716-9000.
A escolha por Arroio do Meio
O anúncio do investimento – um dos maiores da história de Arroio do Meio – foi realizado pelo próprio Vontobel em 2011. Na época, a estimativa era de investir cerca de R$ 118 milhões.
Conforme Vontobel, a escolha pela cidade do Vale do Taquari tem, pelo menos, três fatores: a existência da fábrica de balas e pirulitos (antiga Wallerius); a economia em amplo crescimento; e a proximidade com diversas regiões, como a Serra, o Norte e a Metropolitana (por meio das ERS-130 e a BR-386).
A história da Vonpar em Arroio do Meio começou em 2009, quando comprou a extinta fábrica da Wallerius Doces e Alimentos. Um espaço ocioso dentro da estrutura foi aproveitado pela empresa, facilitando a logística e integrando os dois complexos.
Entre o anúncio, feito em junho de 2011, e a confirmação, em setembro do mesmo ano, muito foi especulado quanto à instalação da fábrica no município. Entre as possibilidades estavam a transferência da unidade para Guaíba e Salvador, na Bahia.
Na ocasião, Vontobel disse que o investimento dependia de um acordo com o governo estadual. Ele destacou que Bahia, Goiás e Espírito Santo ofereceram incentivos fiscais para receber a fábrica.
Ele ressaltou que o investimento no Estado só seria realizado se o grupo mantivesse a competitividade no setor de alimentos. Vontobel admitiu que o governo não tinha condições de oferecer incentivos fiscais e sugeriu a participação no recolhimento de impostos.