No próximo dia 19 de abril, a classe dos trabalhadores rurais do Rio Grande do Sul, liderada pela Fetag, realizará uma mobilização, na cidade de Santo Ângelo, para debater e elaborar pautas de reivindicações a serem apresentadas aos governos do Estado e da União.
Em anos anteriores essa mobilização tinha a denominação de O Grito da Terra e desta feita o “Alerta” será justamente para encaminhar a mobilização a nível nacional, que acontecerá em Brasília no mês de maio.
Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura o foco das reivindicações se concentrará em melhorias nas políticas agrária, agrícola e de previdência social, além de outros setores que tenham impactos na agricultura familiar.
A entidade promotora estima que no encontro do dia 19, mais de cinco mil trabalhadores rurais deverão concentrar-se para ajudar a construir e encaminhar as prioridades da categoria, em um momento em que se discute em todo o interior do Estado, a sucessão na propriedade da agricultura familiar, diante da constatação do esvaziamento das antigas “colônias” e o assustador “envelhecimento” das pessoas do meio rural.
O Grito da Terra, ao longo dos muitos anos em que é promovido pela Organização Sindical dos Trabalhadores Rurais tem demonstrado a unidade da categoria e é reconhecido por seus objetivos e por sua seriedade. Todas as reivindicações sempre se têm caracterizado por sua fundamentação e coerência. Por isso a agricultura familiar, apesar de encontrar muitas e históricas dificuldades, obteve importantes conquistas, em especial no que se refere a linhas de crédito e certos benefícios previdenciários.
Um grito pela Saúde
A mobilização dos hospitais filantrópicos na última segunda-feira, suspendendo a realização de procedimentos pelo SUS, serviu de alerta em relação às condições de agonia que vivem as Casas de Saúde e, consequentemente, afetando a população que se vale das mesmas. É impressionante a insensibilidade dos governos da União e do Estado, não dando atenção para o que é um direito do cidadão e daqueles que querem oferecer um serviço de qualidade às comunidades.
Tanto o Estado quanto o governo federal não cumprem a determinação da Constituição quanto à destinação de recursos para a Saúde. Os municípios são obrigados a sacrificarem obras e investimentos para cumprirem, pontualmente, a exigência de aplicarem, pelo menos 15% de suas receitas para o atendimento à saúde.
Os exemplos da indiferença ou da omissão dos mencionados entes públicos são mostrados diariamente, no entanto, parece que não comovem as autoridades. Talvez no ano que vem, quando todos os eleitores brasileiros são chamados a comparecerem nas urnas, o quadro seja mudado, com medidas paliativas e temporárias.
Observação…
Entre gôndolas (prateleiras) de um supermercado, um consumidor faz a observação de que o preço do leite, de caixinha, subiu consideravelmente em questão de uma semana. Talvez 6%, 7% ou até mais. E ao mesmo tempo em que aponta a tabela de valores afixados para as distintas marcas, o cidadão questiona se os produtores também estariam tendo uma pequena melhora no preço pelo seu produto entregue às indústrias. Tenho perguntado a um ou outro agricultor, constatando-se uma incerteza geral, até porque a conta da venda do produto deste mês chegará ao produtor pela metade de maio. Todos, porém, têm uma expectativa de que eles possam ser contemplados com uma parcela dessa variação dos preços que os consumidores estão tendo que assumir.