Hoje a região conhecerá as melhorias previstas pelo projeto Hidrovia Brasil – Uruguai. O encontro, marcado para às 9h30, no auditório da Reitoria da Univates, visa a elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da Hidrovia, coordenado pela Administração das Hidrovias do Sul (AHSUL).
“Vamos conhecer de perto o que será o estudo da EVTEA e poderemos discutir, opinar e apresentar nossos potenciais a serem desenvolvidos com ela remodelada”, declarou Oreno Ardêmio Heineck, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC-VT). As conversações novamente indicaram que a primeira grande ação é ter uma hidrovia navegável o ano todo. O papel das CIC’s será coordenar as ações possíveis de serem executadas.
Para o presidente da Dália Alimentos e integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Gilberto Piccinini, a hidrovia no Vale baixaria os custos, criando mais vantagens ao empresariado. Piccinini considera, porém, que o modal de Estrela deve oferecer preço, agilidade e qualidade no serviço prestado para que seja de fato rentável ao empreendedor. “O funcionamento da hidrovia é uma grande vantagem para os empresários da região, mas o funcionamento tem de contentar as necessidades competitivas do mercado”, disse.
Há, também, a necessidade de aumentar os investimentos na hidrovia, em especial entre Estrela e Taquari, em que o calado é baixo. Para isso, o governo federal fará um estudo de viabilidade e implantará o projeto de melhorias com recursos do PAC 2. “São medidas concretas que vemos, após anos e anos de discussões sem resultados”, considerou Heineck.
Ferrovias
A Ferrosul possui alguns traçados que deixaria o Vale do Taquari de fora. Entre as opções que favorecem a região estão a que entra no Vale e passa por Porto Alegre e a que – os dirigentes defendem – é a que passa pelo Vale do Taquari e vai em direção ao Vale do Rio Pardo. Heineck acredita que os trilhos no porto de Estrela, Roca Sales, Colinas e Teutônia, além de Muçum podem ser amplamente aproveitados.
“O aproveitamento desta estrutura é um grande argumento. Mas como estrutura principal da ferrovia e não apenas como ligações secundárias.” A importância é histórica para o futuro: uma ferrovia gera progresso assim como uma BR 386. “Imaginem o Vale sem a BR-386 passando por aqui?” A melhor forma de desafogar o trânsito nas rodovias seria interligar ferrovia com hidrovia. Além de dar conta do fluxo, haveria considerável baixa no custo logístico.
Piccinini complementa que o custo do frete baixaria “violentamente” se houvesse ferrovias no Vale. Segundo ele, com a troca de bitolas, a velocidade dos trens aumenta em três vezes, alcançando cerca de 100 quilômetros por hora. “Com as bitolas mais largas e consequente aumento da velocidade, São Paulo ficaria logo ali”, disse.
As empresas do Vale precisam de redução do custo logístico e a possibilidade de usar os modais ferroviário e hidroviário, além do rodoviário. Sua competitividade depende disto. A região está mais afastada dos grandes centros consumidores do centro ao país e do mundo, em relação aos concorrentes. “Por isto, a logística – moderna e barata – e um fator concorrencial e de sobrevivência essencial, completa Heineck.