Arroio do Meio – Estudo contratado por empresa de consultoria imobiliária mostra uma média entre R$ 23 e R$ 30 cobrados por metro quadrado nos principais pontos comerciais do Centro.
Um levantamento de dados do mercado local foi realizado pelo engenheiro Éverson Sérgio Kerbes, em março de 2012, e os valores foram corrigidos considerando o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M). As amostras contabilizam salas de características semelhantes, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), NBR 14653 para avaliação de bens.
Conforme o engenheiro, esse cálculo é mais difícil de ser executado em imóveis com características mais peculiares, como alguns situados em áreas rurais, por exemplo, pois há menos amostras que se assemelham.
No Centro, na rua Dr. João Carlos Machado, as lojas de confecção lideram locações térreas, ocupam quase a metade dos espaços disponíveis. Geralmente, não há cobrança de condomínio. Os locadores pagam individualmente.
O empresário do setor imobiliário Joner Kern, explica que há um conjunto de fatores que influenciam na valorização desses espaços. A concentração de empreendimentos comerciais e o fluxo de pessoas são os principais. A diferença nos preços de imóveis com a mesma metragem, geralmente está relacionada a dimensão da vitrine, ao posicionamento na quadra e próximos a estabelecimentos mais visados.
Entretanto, há situações nas ruas Hellmuth Kuhn, Presidente Vargas e Bela Vista, que atingem um público que tem a necessidade de passar por estas vias. “As salas avulsas nos bairros não são tão valorizadas porque o consumidor busca preço onde há concorrência”, explica.
Segundo ele, o crescimento de estabelecimentos comerciais e de serviços, em todas as localidades do município está relacionado a mudança do perfil habitacional, que está mais urbano. Apesar dessa maior oferta de espaços, o empresário explica que o comércio passa por dificuldades muitas vezes não tão visíveis e que a locação depende da lucratividade de cada segmento.
Já a ocupação de espaços no segundo andar de prédios é cinco vezes inferior às áreas térreas, apesar da oferta de preços reduzidos – 30% do valor. São espaços ocupados geralmente por prestadores de serviços e profissionais liberais. Entretanto algumas classes como médicos e dentistas, fazem questão de instalar seus consultórios no primeiro pavimento tendo em vista a acessibilidade dos clientes. Nos bairros, ou quadras distantes de conglomerados o valor também cai em média pela metade, segundo Joner.
“A empolgação dos que apostam em construir salas comerciais, muitas vezes para aproveitar a parte térrea de uma área residencial, nem sempre é compartilhada pelos comerciantes. Isso é visível na ociosidade de algumas salas que levam meses para serem ocupadas”, conta Joner Kern.
Não há estatística sobre negócios imobiliários na região.
O mercado vai definir a hora de parar as construções
AT – Em comparação o valor é considerado alto ou baixo?
Dr. José Paulo Wedig – O valor do aluguel em Arroio do Meio é considerado menor em comparação a Lajeado na rua Principal. Podemos dizer que são mercados bem diferentes. Em Lajeado o comércio é bem mais forte em comparação a Arroio do Meio.
AT – O que motiva a valorização das salas comerciais?
Wedig – Em Arroio do Meio as salas na rua principal são mais bem valorizadas, pois o fluxo de pessoas é maior. O que valoriza uma sala é o fluxo de pessoas que passam no local, o fácil estacionamento e um prédio em boas condições de uso.
AT – O mercado é promissor para as construtoras?
Wedig – Sempre dizem que se constrói muito em todos os lugares que passamos, quem vai dizer quando parar é o mercado.
AT – O que é avaliado para o reajuste nos valores de aluguel?
Wedig – O IGP-M é o principal indexador de reajuste para o aluguel hoje
Aposta no mercado
O casal Isaura e Morci Schmidt, do Centro, recentemente concretizou o investimento em duas salas comerciais. A edificação foi construída em um terreno antes locado para uma revenda de automóveis, visando uma maior valorização do imóvel. “A ideia é antiga. Mas como não somos do segmento de construtoras e imobiliárias, precisávamos amadurecer a decisão. Nosso filho, estudante de Arquitetura, incentivou o projeto. Um dos fatores determinantes foi o crescimento comercial deste lado da rua Dr. João Carlos Machado”, declaram. As salas são de 83 e 93 metros quadrados, possuem espaço para estacionamento e levaram em torno de seis meses para serem locadas.
Os locatários Karina Cé Souza e Paulo Nicolai, responsáveis por um empreendimento voltado ao público infantil (crianças de 0 a 8 anos), revelam que a visibilidade é o grande diferencial do novo ponto comercial. Antes o negócio estava instalado na rua Marechal Floriano Peixoto, próximo ao Banco do Brasil. Na maioria das vezes só clientes fixos ou indicados visitavam o comércio. “Agora no novo local, estamos vendendo para muitos clientes novos, que passam por essa área comercial. Querendo ou não, um negócio, chama o outro”, revelam.
Conforme eles, a troca de local, num primeiro momento, aumentou o custo operacional em 150%, mas esperam que este valor seja diluído no faturamento dentro de dois meses. O fechamento e a saída de outros empreendimentos da zona baixa da cidade, também motivou a decisão.
Número de estabelecimentos cresce 54% em quatro anos
A Secretaria Municipal da Fazenda contabiliza o cadastro de 1013 estabelecimentos de comércio e serviços no município. Em 2009 eram 656. Entretanto, apesar do número ter aumentado 54%, apenas 567 espaços estão cadastrados para a finalidade.
Os empreendimentos comerciais e de serviços representam 25,6 % do retorno econômico do município.