O trigo é possivelmente um dos principais produtos agrícolas que o Brasil importa da Argentina. No entanto, como naquele país aconteceu uma quebra ou frustração na safra, há a informação de que foram suspensos os embarques do cereal, em grão, bem como a própria farinha. Assim torna-se mais difícil o abastecimento das nossas indústrias, somando-se o fato de que a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) teria, no momento, um estoque de apenas 100 mil toneladas.
Trata-se de uma reserva insignificante, considerando que somente os moinhos gaúchos “processam” mensalmente um volume que chega perto de 120 mil toneladas de trigo.
Estima-se que a partir do próximo mês de julho deverá acontecer um aumento, de no mínimo, de 20% no preço da farinha de trigo, consequentemente, do pão, massas, biscoitos e demais subprodutos. Tal fato, se confirmado, registrará uma elevação na cotação do trigo em apenas um ano, na ordem de 100%.
Cada vez mais nós sentimos os efeitos da falta de uma política nacional, de médio e longo prazo, para a cultura do trigo. O descaso oficial tem sido objeto de reiterados comentários neste espaço, salientando que em outros momentos apontava o fato de produtores rurais estarem utilizando trigo para alimento animal, em razão da pouca valorização da nossa safra e da facilidade como as nossas indústrias conseguiam importar a matéria-prima de outros países produtores.
Está mais do que na hora de adotarmos um Plano para a nossa segurança alimentar pois seria prudente se pudéssemos ver-nos livres de uma dependência que gera constante preocupação.
Renovação no CONAR
O Conselho Agropecuário de Arroio do Meio está em processo de renovação de seus membros integrantes. A atual direção do Conselho, juntamente com a secretaria municipal de Agricultura, STR e Emater, seguem promovendo reuniões nas comunidades do meio rural, para a escolha dos representantes ou dos Conselheiros para a recomposição do órgão.
O CONAR constitui-se em um ponto de referência muito importante para o setor da produção agropecuária do Município, pelo permanente interesse na representação dos agricultores e produtores rurais, pois, muitas vezes as entidades classistas e os próprios órgãos públicos que poderiam ou deveriam defender a categoria deixam a desejar, como vem ocorrendo em várias situações, como foi nos últimos anos com o caso do “corredor ecológico”, recentemente com a polêmica situação do emplacamento das máquinas agrícolas, os desencontros em relação à certificação das propriedades rurais no programa da tuberculose, dentre outros fatos.
O Conselho é uma ferramenta valiosa se valorizada e ouvidos os seus argumentos.
O apelo das ruas…
Os assuntos de maior destaque nos meios de comunicação, nas últimas duas semanas, são as manifestações populares pelo País, nos centros urbanos.
Não há quem não se manifeste sobre os fatos, emitindo opiniões, palpites, julgamentos. Pontos de vista se dividem. Interpretações divergentes acontecem.
A urgência com que a Presidente da República determina a adoção de medidas, é um sintoma de que há o reconhecimento de que muita coisa estava errada. E a atitude de a maior autoridade do País não falar a verdade, quando se referiu aos “gastos” com a Copa de 2.014, não ficou bem para o seu conceito. A “indiferença” de antes, virou, agora, prioridade. A distribuição mais justa dos royalties é admitida, a destinação de recursos para a saúde já pode acontecer. Já começaram a tratar de forma diferente os crimes de corrupção. A engavetada reforma política poderá vir a acontecer. O perdão de dívidas de países africanos deverá ser esclarecida. Um suposto “pacto” de negociações com Cuba talvez venha à tona.
Enfim, o país inteiro passará a saber mais sobre direitos dos cidadãos, sobre o que é feito com o dinheiro público, sobre privilégios, conchavos, com mais investimentos na educação e menos propaganda enganadora.