Arroio do Meio – O vice-prefeito Áurio Scherer ficou à frente do Executivo por cerca de dez dias. O prefeito viajou com a comitiva para Boppard, cidade coirmã situada na Alemanha, e repassou o cargo a Scherer por este período. Sidnei Eckert retornou à principal cadeira da Administração Municipal hoje.
Scherer aproveitou o período para continuar as demandas do município. Cita como exemplo a busca pela instalação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e a ampliação de leitos no Hospital São José (HSJ). O projeto para a primeira reivindicação foi entregue no dia 30 de julho à 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (16ª CRS), em Lajeado. No dia 6, foi a vez de visitar o governo estadual para fortalecer o pedido.
“Acredito que até o fim do ano o governo nos dá uma resposta”, informa. Conforme ele, o Estado quer dobrar o valor de investimentos na área e Arroio do Meio estaria entre as mais preparadas para receber recursos públicos. Só para a UTI, são solicitados R$ 2 milhões.
Quanto à ampliação de leitos, a ideia é aumentar de 74 para cem – destes, dez seriam destinados à UTI. Entretanto, para este empreendimento ainda não se tem um valor específico. Scherer acrescenta que, entretanto, é um volume significativo.
Isto porque também há a intenção de duplicar o número de cirurgias eletivas, em parceria com o Estado. “Hoje, se quisermos algum procedimento deste tipo, temos que ir para Taquari.” A medida, segundo Scherer, beneficiaria municípios de microrregião. “Para isso, precisaríamos também ampliar para mais um ou dois blocos cirúrgicos.”
Mais reivindicações
Scherer desembarca em Brasília (DF) na segunda-feira. Quer aproveitar o momento para retomar as conversas com políticos e verificar como estão os projetos encaminhados para a cidade. Uma das grandes expectativas é quanto a liberação de R$ 6,1 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
O valor será aplicado, principalmente, em obras de asfaltamento na cidade. A reivindicação tem o apoio de alguns deputados federais e estaduais. “Se nós só ficarmos no gabinete, não conseguimos nada”, adianta.
Reforma política
Pré-candidato a deputado estadual pelo PT, Scherer afirma que o partido estuda as possibilidades para encaminhar um candidato à nominata regional. Reconhece, entretanto, que há a dificuldade de eleger um representante do Vale do Taquari à Assembleia Legislativa. O último representante, Luis Fernando Schmidt (PT), foi suplente e assumiu uma cadeira por dois anos, antes de se eleger prefeito de Lajeado.
A falta de representatividade no parlamento gaúcho é um dos grandes empecilhos para melhorar o desenvolvimento da região. São muitos candidatos para cerca de 250 mil eleitores no Vale.
Scherer critica o que chama de “candidatos-turistas”. “Tivemos, nas últimas eleições, mais de 300 políticos fazendo votos na região. Eles vêm buscar eleitores, mas depois de eleitos, não vêm mais.”
Para ele, é necessário alterar o processo eleitoral, com a reforma política. Uma das medidas considerada eficaz por ele é a do voto distrital – cada região formada no estado elege um representante para a AL. Hoje, o sistema beneficia aqueles que têm mais votos e, com o quociente eleitoral, dependendo da coligação formada, até pessoas com votos inexpressivos conseguem assumir uma cadeira.
O problema está no Congresso. Acredita que a maioria que está por lá não quer mudar o sistema, pois os afetaria diretamente. O presidente do grupo de trabalho formado na Câmara dos Deputados, o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) já avisou que uma reforma mais aprofundada só valerá a partir de 2018.