Vale do Taquari – Educadores das escolas estaduais se reúnem hoje em Porto Alegre para discutir a possibilidade de paralisação das instituições de ensino público. A assembleia geral do Centro dos Professores Estaduais do Rio Grande do Sul (Cpers)/Sindicato ocorre no auditório Araújo Viana a partir das 13 horas.
O principal motivo da mobilização é o projeto de ensino politécnico no Ensino Médio implantado pelo governo estadual em 2012. Os alunos pedem pelo fim da proposta ou por mudanças na sua implantação. Protestos durante a sema¬na das escolas Presidente Castelo Branco e Érico Veríssimo, ambas de Lajeado, explicitaram as críticas.
Os manifestantes pedem capacitação aos professores e que as matérias ditas essenciais, como Português e Matemática, não deixem de ser ministradas para que se tenham períodos de seminário integrado. O ensino politécnico acrescenta cinco períodos de aula aos estudantes do 1º ano do Ensino Médio. Nos 2º e 3º anos, a escola tem autonomia para definir a carga horária.
A presidente do 8º Núcleo do Cpers, Luzia Regina Pereira Herrmann, está confiante quanto à greve. Reconhece que é uma decisão da assembleia geral, mas destaca que muitos núcleos já se posicionaram favoráveis nas reuniões regionais.
“Não há outro jeito de lidar com governos intransigentes, que não dialogam, não negociam, não apresentam propostas.” Para ela, os alunos estão se manifestando porque estão “sentindo na pele” o que significa esse projeto.
Também acredita que o movimento no Estado inteiro fará o governo rever o projeto. “Aqueles que estão realmente indignados e dispostos a lutar por seus direitos estarão lá. Os demais ficam nas escolas e deixam o barco correr”.
Luzia acrescenta que os problemas são os mesmos da classe trabalhadora em geral. Um sistema que penaliza quem trabalha e atende religiosamente ao capital. Cita como exemplo a destinação de metade do que o país e o Estado arrecadam para banqueiros, pagando uma dívida interminável. “Tem que cumprir a lei. Que cumpram a lei do piso. Ou agora nós podemos escolher qual lei vamos cumprir? O povo não aguenta mais promessas eleitoreiras”.