Porto Alegre – Diferentemente do que vinha sendo anunciado pelo governo e pela imprensa, referente ao asfaltamento das rodovias VRS-482 e VRS-425, que dão acesso a Capitão (por Arroio do Meio) e Coqueiro Baixo (por Nova Bréscia), respectivamente, a Empresa Construtora Beter S/A, de São Paulo, afirma manter interesse na obra.
A informação foi confirmada pelo deputado estadual Gilmar Sossela (PDT), que representa a subcomissão dos municípios sem asfalto na Assembleia Legislativa, em reunião realizada na sede do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). A novidade contraria os anúncios feitos sobre a negociação deste contrato, que estaria sendo intermediado pela Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul (PGE) e a justiça do estado de São Paulo.
Estavam presentes na reunião, o prefeito de Capitão, Cesar Beneduzi (PDT), a presidente da Câmara de Vereadores, Margarida Angélica Frohlich (PP), membro da comissão Auri Ziem (PDT), o vice-prefeito de Arroio do Meio, Áurio Scherer (PT), o vereador Darci Hergessel (PDT), o presidente da comissão pró-asfalto Genésio Rockembach, e o presidente da associação de água Dona Rita, Celomar Schneiders, o prefeito de Coqueiro Baixo, Veríssimo Caumo (PMDB), o vice-prefeito, Gilmar de Souza (PP), o vice-prefeito de Nova Bréscia, Paulinho Vian (PP), o presidente da Associação dos Vereadores do Vale do Taquari (Avat), Leo Motta (PSD), secretário da Avat, Álvaro Brandão (PROS) e políticos dos municípios de Barão do Triunfo e Mariana Pimentel. A representante do deputado estadual Paulo Odone (PPS), Lúcia Helena Dipp, acompanhou as discussões.
De acordo com Sossela, o diretor presidente da empreiteira paulista, Alberto Alucino Neto, manifestou que vai executar a obra, desde que os recursos sejam repassados na medida dos avanços. A Beter S/A está em processo de recuperação judicial há cerca de quatro anos, mas estaria atuando na área civil no sudeste.
O diretor geral do Daer, Carlos Eduardo de Campos Vieira, revelou que somente há um impasse quanto à brita que será utilizada na base. O Estado gostaria que o material fosse produzido a partir de pedreiras próximas a rodovia, até cederia um britador. Entretanto, a empreiteira tem preferência em adquirir brita comercial de uma construtora da região, que segundo Vieira chega a ser cinco vezes mais cara. O que pode ultrapassar os 25% de aditivos dos valores do contrato.
Neto, Vieira, Sossela e representes dos poderes Executivo e Legislativo de Arroio do Meio e Capitão, devem se reunir ainda nesta semana para tratar o assunto de forma mais detalhada, especialmente quanto ao recálculo dos valores. A empresa precisa concordar com a proposta do Estado. Em caso de negativa, uma rescisão amigável será sugerida e um novo processo licitatório será aberto, evitando embates judiciais. O contrato vigente só permite terceirização de 30% dos serviços, o que inviabiliza o repasse.
O diretor do Daer salientou, que passando esta etapa, será marcada outra reunião para checagem dos 14 itens que integram o projeto. Em 20 de maio, o governo do Estado tornou público que recebeu da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a licença de instalação para atividade de pavimentação da rodovia. A autorização tem validade até 10 de maio de 2014.
“Estamos tentando resolver todos os problemas envolvendo as obras. Temos dinheiro e recursos humanos. Só precisamos acelerar a burocracia. Infelizmente muitos contratos estão bichados. Imaginem estar na minha pele, com dinheiro no banco e a vontade de reeleger uma proposta de governo”, garantiu Vieira.
Conforme o diretor muitas irregularidades ocorreram no Daer no passado e todos os responsáveis estão sendo advertidos e cobrados.
Já sobre o acesso ao município de Mariana Pimentel pela BR-116, a situação, de acordo com Vieira, é mais complicada, uma vez que será necessário acionar judicialmente a empresa responsável para que execute os serviços ou devolva os valores já pagos pelo órgão.