Arroio do Meio – Durante o feriado da Proclamação da República um temporal atingiu as instalações da Especialidades Vandrea, em Passo do Corvo. O vendaval destruiu 18 das 48 estufas. Destas três tiveram perda total. A cobertura plástica foi a parte mais afetada.
De acordo com o sócio proprietário, Vanderlei Brauwers, as proporções dos danos só não foram maiores porque as estufas mais recentes são construídas com concreto e tem estrutura metálica. “As três que tiveram perda total ainda possuíam estrutura em madeira e não resistiram”, relata.
O prejuízo nas instalações foi apurado em R$ 150 mil. As perdas no cumprimento dos contratos comerciais são incalculáveis. A empresa é referência estadual na produção de hidropônicos. Devido ao ocorrido não vai conseguir atender a demanda de Natal e Ano Novo das principais redes de supermercados na região metropolitana. O ciclo normal de produção só deverá ser restabelecido em dois meses.
Brauwers conta que em um dos espaços o cano com mudas foi arrancado com o vento. Fato que não havia ocorrido em outras épocas. Em 2009 a agroindústria também foi atingida por um vendaval que praticamente destruiu todas as estufas instaladas na propriedade naquele período. No entanto, em termos de valores, os danos provocados pela tempestade do último feriado foram maiores, mesmo atingindo somente um terço das instalações.
Outro fato detectado pelo empresário, são as alterações climáticas. Em anos anteriores esses tormentos geralmente ocorriam em setembro, outubro, não afetando tanto a produção agrícola – milho e hervais – que em novembro já está num processo produtivo mais elevado. Segundo ele, seis estufas de terceiros, situadas nos municípios de Anta Gorda e Arvorezinha foram atingidas por rajadas de vento e granizo na noite da última terça-feira.
Vanderlei lastima que não hajam modelos de seguro que contemplem instalações rurais, como estufas. Ele só vai ser ressarcido, com o valor parcial de quatro estufas vinculadas ao penhor rural, ou seja o valor que o banco perdeu no contrato de financiamento. “Fazem até seguros de pernas de jogador de futebol, de partes de corpo de celebridades, de praticamente tudo que existe, e o agricultor mesmo querendo pagar, não é enquadrado. Isso que a agricultura é a base de tudo, enquanto geradora de alimentos, empregos e renda”, desabafa.