Arroio do Meio – Está previsto para a próxima semana o início dos trabalhos da cubana Maria del Carmo Rodil Castello. Natural de Havana, a profissional de saúde de 51 anos atuará pela terceira vez fora de Cuba. O que impede a prestação imediata dos serviços é a burocracia, como o registro e outros documentos, que chegaram só nessa semana na Prefeitura.
Antes do Brasil, Maria del Carmo trabalhou no Paraguai, em 2000, e na Bolívia, em 2006. “Estamos sempre ajudando quem precisa. O governo cubano nos solicitou ajuda e nós aceitamos”, declarou a médica com quase 30 anos de profissão. Ela foi apresentada pelo prefeito Sidnei Eckert, o vice-prefeito Áurio Scherer, o coordenador de Secretarias, Klaus Schnack, e a secretária de Saúde e Assistência Social, Maria Helena Matte no dia 13.
“O Brasil é um país muito organizado”, observa Maria del Carmo, e traça um paralelo com o seu país de origem. “Cuba é um país muito pobre, mas a Saúde é exemplar. Saúde e Educação são prioridades.” O sistema de saúde cubano é considerado um dos melhores do mundo, e teve o apoio de alguns médicos em artigo publicado no The New England Journal of Medicine (Jornal de Medicina de New England, EUA), em janeiro deste ano.
A escolha pelo Brasil também levou em conta a parceria feita pelo governo federal com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Criada em 1902, é a mais antiga agência internacional de saúde no mundo. A Opas se dedica a melhorar as condições do setor nos países das Américas e tem a adesão de 35 países.
Distância da família
Maria del Carmo tem um filho de 25 anos. Pelos próximos três anos – período de convênio com o programa Mais Médicos -, a profissional visitará o filho a cada 11 meses. “Conseguirei vê-lo durante as minhas férias”, resigna-se.
Ela descarta, em um primeiro momento, que o filho venha para o Brasil morar com ela. Enquanto isso, se prepara para conhecer o modelo de trabalho, as questões culturais e se ambientará sobre a realidade de Arroio do Meio.
Mais médicos
A cubana é a primeira médica vinda do programa, mas o Executivo espera que mais quatro sejam contratados. Quando se inscreveram, solicitaram cinco profissionais, já pensando na demanda que aumentará quando outras unidades de saúde forem construídas, como a do bairro São Caetano.
Conforme a secretária Maria Helena, hoje atuam 17 profissionais em diversos pontos do município, como nos programas Estratégia Saúde da Família (ESF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS).