Arroio do Meio – Neste período de temperaturas elevadas e pouca chuva, o clima fica propício para a procriação de insetos. Em Arroio do Meio, uma parceria entre secretaria da Agricultura, Emater e comunidades do interior do município, põe em prática o Programa de Controle de Simulídos – popular mosquito borrachudo – há mais de uma década, sem interrupções.
Na última semana ocorreu o sexto mutirão deste verão desenvolvido pelo Programa com as comunidades. Na ocasião, o aplicador voluntário Vianei Lansing, de Arroio Grande Superior, foi visitado pelo secretário da Agricultura, Paulo Heck e o técnico agropecuário da Emater, Elias de Marco, que acompanharam o procedimento. De acordo com a Emater, Lansing é o mais antigo voluntário do Programa, com 14 anos de participação, sendo responsável pela parte baixa do arroio Café, lindeiro à sua propriedade.
A cada mutirão ocorre a aplicação de um produto biológico nos arroios, que inibe a procriação do inseto. De Marco explica que a Emater realiza o monitoramento das larvas destes insetos em pontos específicos onde existem focos de criação. O trabalho é intensificado entre os meses de outubro a abril, quando o calor aumenta. Para a execução da prevenção, contam com o apoio de 50 aplicadores voluntários treinados, de diversas localidades do interior, onde o trabalho é realizado de forma intensa. Os envolvidos garantem que a quantidade de borrachudos e o incômodo que causam vem reduzindo ano a ano.
De Marco explica ainda que no início do Programa, há cerca de 14 anos, foi realizado um mutirão de limpeza dos arroios e um trabalho de conscientização com a comunidade, em relação ao descarte correto do lixo. Desde então, o município realiza periodicamente o roteiro de recolhimento de lixo seco no interior, dando o destino correto ao material que antes acabava na natureza. “A comunidade tem aderido ano após ano ao programa porque nunca houve interrupção. Além disso, o Poder Público sempre disponibilizou o material necessário e apoiou o programa”, afirma De Marco.
O CONTROLE – De acordo com De Marco, o defensivo aplicado para o controle dos mosquito borrachudo é biológico. O nome do agente é Bacillus Thuringiensis Subspecies Israelensis, conhecido como BTI. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o BTI não causa danos em animais aquáticos como peixes, e em outros animais que bebem água. É um produto específico para combate de larvas do inseto. Geralmente sua aplicação se restringe a córregos água corrente e pequena profundidade.