Vale do Taquari – Caso a tendência de 2013 se repita, a região e o Estado crescerão mais que o dobro do país este ano. Embora 2014 seja um ano atípico, em função da Copa do Mundo, a economia regional se alicerça nos investimentos no agronegócio, além da mão dos empresários e sua autonomia. O Estado também contribuiu para ampliar o crescimento, e até o terceiro trimestre do ano passado havia crescido 6,6%.
As obras da Copa, com turismo e concessões de infraestrutura não surtirão grandes impactos na região. O Vale continua empreendendo no agronegócio e buscando agregar valor à pequena propriedade, que atende o comércio nacional. “Já em se tratando das três maiores cadeias produtivas – aves, suínos e leite -, as duas primeiras atendem mercado externo e tanto uma como a outra está com perspectivas de crescimento maior que no ano passado, a terceira atende prioritariamente mercado nacional e tem muito por avançar”, explica a economista Cíntia Agostini.
Outros fatores que contribuirão para o incremento da economia são, por exemplo, a volta dos russos ao mercado gaúcho, além do aumento do consumo daqueles que já se servem dos produtos daqui, como Europa e Estados Unidos. “Eles voltarão a crescer e consumir mais”, diz Cíntia, alertando que é preciso melhorar, entre outros itens, questões como preços das matérias primas, custos de produção, dificuldades de infraestrutura, frete e energia.
O Estado continua buscando investimentos privados e públicos, com uso de recursos de financiamentos. Pode não ser a melhor opção, mas atualmente, é a melhor alternativa. Em Arroio do Meio, empresas como Dália e Vonpar estão se consolidando, e empreendimentos como a Girando Sol buscam ampliar, conseguindo aumentar a competitividade.
“Em 2013 revitalizamos muitos produtos, com mudança de embalagens e rótulos. Também tivemos o lançamento do Amaciante Concentrado que está atendendo as expectativas de vendas”, relata o diretor da empresa, Gilmar Bourscheid, No ano passado a empresa ampliou a área de atuação para os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
“Para 2014, vejo um ano novamente com muitos desafios. A expectativa do PIB brasileiro é algo em torno de 2%, abaixo do esperado, mas estamos confiantes, sempre crescemos mais do que o PIB brasileiro”, analisa Bourscheid, comemorando também a mudança da empresa para a nova sede, no bairro São Caetano.
A construção continua a crescer, pois os estímulos do Minha Casa Minha Vida irão continuar, no entanto, os preços não irão mais valorizar tanto quanto valorizaram no passado, mas também não voltarão aos patamares que conhecíamos anteriormente. O diretor da indústria de Pré-Moldados Plano Concreto comemora um crescimento de 30% no ano passado. “Crescemos mais porque as construtoras sentem a falta de mão de obra, optando por peças pré-moldadas”, explica Marciel Stein. A expectativa é de que para este ano a empresa mantenha o que cresceu em 2013. “Se não decrescermos, já é um ótimo negócio.”
“Novamente nos parece um ano que caminharemos muito mais por ‘nossas pernas’, por decisão de investimentos dos nossos empresários e autonomia destes, do que de qualquer outro tipo de apoio ou investimentos. Talvez a questão da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada seja um fator a ser avaliado com carinho” declara Cíntia, apontando o fato de trazer mão de obra de outras regiões demonstra o aquecimento da economia, no entanto, a falta pode frear o crescimento.