Em alguns municípios da região a tradição do Terno de Reis mantêm-se há décadas. E na última semana não foi diferente. Cedo ou tarde da noite, lá estavam eles, grupos formados por moradores que se dispõe, voluntariamente a levar uma mensagem de fé e alegria nestes tempos conturbados, onde as relações de vizinhos nem sempre são as melhores. Indiferentes de serem recebidos ou não, chegam a frente das residências solicitando a acolhida. Embora sejam breves, sempre é um momento especial, onde muitos moradores esperam o ano inteiro pela oportunidade de recebê-los. E aí a troca de afeto é impressionante. Sorrisos, abraços, bebidas e muita cantoria. Por isso penso que estas relações deveriam permanecer por todo o ano; que estas vistas fossem mais frequentes; que as pessoas sejam mais solidárias como nestas ocasiões. Na foto o grupo de Terno de Reis do distrito de Tamanduá em Marques de Souza, integrado por Célia Barbieri, Valdir Lazzaron, Carlos da Costa, Luiz Felipe Giovanella e Iracema Lucian, que em poucos dias visitou cerca de 400 residências. E um trecho da canção de chegada nas casas em homenagem à todos os grupos da região que há muitos anos alegram nossos finais de ano.
“Para tocar e cantar, licença peço primeiro, venha dar os nossos reis, no dia 6 de janeiro;
Venha dar os nossos anos, que hoje é o dia verdadeiro; Meu Senhor dono da Casa, venha cá faça o favor; Venha nos receber este pobre cantador;
O cantar da madrugada, é cantar muito excelente, acordar quem está dormindo, e alegrar que está doente; porta aberta e luz acesa, é sinal de alegria, entra eu, entra meu terno, entra toda a companhia, esta casa iluminada, sinal de resplendor representa um céu aberto, onde está Nosso Senhor.