A situação crítica que muita gente enfrentou nos últimos dois meses, quando, com bastante frequência, faltou energia elétrica em muitos pontos da região, Estado e até em outros estados do país, já não é mais apenas preocupação dos consumidores comuns ou de quem sofre prejuízos em alguma atividade econômica.
Pelas dimensões que o caso alcançou, porta-vozes do governo vêm-se manifestando, reconhecendo a amplitude da falta de planejamento e os riscos com que o país se depara, com a possibilidade de, inclusive, no período de inverno persistirem os “apagões”. Pois, o consumo de energia em épocas de frio também é elevado pela necessidade que muitos setores têm para desenvolverem as suas atividades, no dia-a-dia.
É claro que o governo federal, através do Ministério das Minas e Energia, teve que admitir algumas deficiências, chamando para si parte das responsabilidades, porque não consegue exigir das concessionárias a necessária eficiência. E, por sua vez, as distribuidoras de energia alegam que a reincidência dos temporais foi a causa das ocorrências que provocaram a ira e insatisfação de um grande contingente de consumidores.
A anunciada iniciativa da Assembleia Legislativa do Estado em instaurar ou promover uma CPI ou uma Sindicância para debater, em maior profundidade, os problemas relacionados à falta de energia parece vir em momento oportuno.
Espera-se que os deputados consigam identificar ou confirmar as razões do desconforto e da insegurança que hoje pairam sobre os consumidores, devendo valer-se de muitos subsídios que podem colher em áreas onde os problemas acontecem com maior frequência. Certamente a falta de manutenção das redes de distribuição, onde postes de madeiras apoiam ou seguram outros postes, além da ausência de podas, preventivas, de árvores ao longo das redes, surgirão como fatores que contribuem para o cenário. Também haverão de constatar que as concessionárias se preocupam menos com a qualidade de seus serviços do que com a sua vontade de arrecadar, de cobrar as contas.
E, por incrível que possa parecer, parte do sistema de telefonia, fixa o convencional, também está sendo contaminada pelos apagões. Há constatações de que determinadas operadoras vêm apresentando problemas quanto à manutenção dos serviços. Em certos períodos ou horários, simplesmente o “sistema” fica fora do ar, havendo empresas por aí que há duas semanas não têm telefone.
Ao fazer contato com uma operadora, me foi alegado que a sua área de ação é extensa e que nessa região teriam acontecido sucessivos temporais, situação agravada pela reduzida equipe de técnicos para atendimentos externos. Podemos escutar e respeitar as alegações, mas não precisamos nos conformar com essa realidade.
Plano para a Pecuária
O Ministério da Agricultura lançou nesta semana um plano que estabelece como meta atingir, até o ano de 2023, uma produção anual de 46,8 bilhões de litros de leite, ante os 35 bilhões captados atualmente. Faz parte, ainda, do plano, o aumento da produtividade da pecuária de corte, passando de 1,3 bovinos por hectare, para 2,6, dobrando a produção de hoje.
Especialmente em relação à produção de leite, se atingida essa meta, teríamos uma produção média anual, por vaca, na ordem de 1.500 litros. Aqui na nossa região devemos atualmente estar próximos de 6 mil litros anuais por vaca, o que nos coloca em uma posição de destaque, mas que, mesmo assim, nos deixa bem atrás de outros países produtores, onde há registros de médias anuais, por vaca, chegando a 9 mil litros.