O novo Ministro da Agricultura, Neri Geller, embora esteja radicado atualmente no estado do Mato Grosso, na localidade de Lucas do Rio Verde, tem vínculos com o Rio Grande do Sul, pois nasceu em Selbach, de onde saiu ainda muito jovem.
O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, igualmente é gaúcho, natural de São Leopoldo e retorna para uma pasta que já ocupou há anos atrás.
O nosso Estado tem uma tradição no setor da produção agropecuária, já tendo contribuído diversas vezes com nomes e líderes nessa área, lembrando Pratini de Morais, Pedro Simon, dentre outros.
A área de domínio do novo Ministro da Agricultura é a sojicultura, que vem sendo a cultura à qual tem se dedicado nos últimos anos. Geller, segundo se sabe, possui um bom trânsito no governo federal, fator importante para o seu desempenho no papel de condutor das políticas em um segmento que é fundamental em todo o contexto econômico do país, por sua participação no índice de crescimento e na determinação do Produto Interno Bruto (PIB), de que tanto se fala ultimamente.
Dentre as metas do novo Ministro da Agricultura, destacadas no momento de sua posse no cargo, chamaram a atenção três pontos básicos. 1) – A reestruturação da defesa agropecuária; 2) – A busca por novos mercados para os produtos brasileiros e 3) – A reorganização do departamento de logística.
Esses três pontos são, na verdade, essenciais uma vez que se sabe que a nível mundial sempre haverá a falta de alimentos. O Brasil é produtor, tem tecnologia, tem conhecimentos, mas existem problemas no momento da comercialização da produção. E por falar em logística e defesa agropecuária, nos leva a considerar a qualificação que precisamos alcançar em algumas cadeias produtivas, como a falta de planejamento no que se refere à infraestrutura para o transporte interno. O índice de desperdício, de perda da produção continua muito elevada e parte do que poderia ser o lucro de certas atividades, fica nas lavouras, nas estradas sem condições de trafegabilidade e na demora para que produtos cheguem ao seu destino.
Possivelmente esses mesmos propósitos agora indicados já tenham constado como metas prioritárias de outros antecessores do ministro Geller. Mas muitas vezes é preciso bater na mesma tecla para que se alcancem os objetivos, em se tratando de plano de governo, onde os resultados aparecem a médio e longo prazos.
Mais um capítulo de adulteração de leite
É inadmissível o fato divulgado nos últimos dias, detalhando mais um flagrante de adulteração de leite, curiosamente na mesma região onde outros fatos idênticos já foram detectados.
Atitudes de governo talvez não aconteçam. Pois quando houve a tentativa de tomar-se uma medida forte em relação a empresas que cometem crimes desta natureza, com a extinção de sua personalidade jurídica, aconteceu o veto a essa tentativa. Agora, no entanto, com a reincidência, vergonhosa, dos procedimentos, essa possibilidade volta à tona e deve acontecer a sua concretização.
Os consumidores, os produtores idôneos e as empresas que atuam legalmente não merecem o julgamento a que, injustamente, estão sendo submetidos, pela regra da vala comum.