Nesta semana gelada, compartilhamos nosso espaço com a professora Magda Cristiane Schena Barbieri, que atua nas escolas Carlos Gomes e Ana Néri de Marques de Souza. Um ótimo texto para reflexão.
O pior frio não é aquele que queima a pele, que gela o rosto, que arde lá fora… O pior frio é aquele que gela nossos corações, que nos faz parar de apreciar as coisas boas da vida. Esse frio, sim, ele nos faz apenas existir, tira o sentido da vida e nos torna seres mecânicos. Sem dúvida nenhuma, o pior frio é aquele que nos torna pessoas frias e calculistas, que nos torna indiferentes aos problemas dos outros, que nos faz pensar em nós mesmos em primeiro lugar, que nos impossibilita de estender uma mão, olhar nos olhos e perceber a necessidade do outro de ser ouvido e compreendido. O pior frio é aquele que nos faz sentirmos melhores do que os que nos cercam, que nos enche de orgulho bobo e nos faz ficar calados, não dizendo às pessoas o quanto elas representam para nós, é aquele que nos aprisiona e não permite a busca do perdão, do abraço, da reaproximação. O pior frio é aquele que nos cega frente às injustiças, frente a pobreza e as desigualdades sociais. É aquele que nega um sorriso, que nega um elogio, que nega um abraço… O pior frio é o que nos faz julgar, espalhar com palavras conclusões precipitadas da vida do outro.
Que esse frio, que se aproxima, que faz os dias mais escuros, mais cinzentos não gele nosso coração, não nos cegue e não nos leve ao pior frio: o da escuridão da alma, que é o frio da tristeza, de ver a vida passar vendo da janela, de não apreciar as maravilhas da vida, a beleza das coisas simples e do se sentir bem e especial. Que possamos encantar com os gestos de solidariedade, com palavras de estímulo e o companheirismo necessário a convivência humana… Que possamos amenizar o frio com a beleza que brota do coração, do sentimento de tranquilidade e alegria que transmitimos aos que nos cercam…