Arroio do Meio – Cerca de 50 famílias ficaram sem luz no bairro São Caetano após queda de um coqueiro na rede de energia elétrica na manhã de terça-feira. O fato ocorreu por volta das 5h30min nas ruas Dona Rita e Almiro Hendges.
O estado precário dos postes de madeira na sequência da rede colaborou para que fossem derrubados pela árvore que caiu com o vento. Os danos só não foram mais sérios porque um poste de concreto, instalado há três meses, segurou a rede.
De acordo com relatos, o transformador de energia chegou a explodir e a tensão não se desligou, como costuma ocorrer. O maior temor era que algum poste atingisse uma residência provocando avarias de proporções mais contundentes. Além do péssimo estado de conservação, grande parte estava com emendas e enxertos improvisados – medidas paliativas.
É a segunda vez que parte do bairro fica sem energia durante esse mês. Na ocasião anterior um caminhão colidiu num poste. A situação transcorreu na Quinta-Feira Santa e deixou parte dos bairros Aimoré e São Caetano sem energia durante horas.
A principal indignação é que recentemente a companhia responsável pelo abastecimento de energia elevou o custo das tarifas em 30%, e a qualidade na prestação de serviços não melhorou na mesma proporção. O reajuste foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e passou a vigorar na Páscoa (dia 20).
A aposentada Ilma Bersch, 65 anos, avalia que o aumento pesa muito na receita das famílias com menos poder aquisitivo, “poupamos onde for preciso e parece que precisamos ajudar a pagar os estragos”, refletiu.
O proprietário de uma oficina e borracharia, Sérgio Bruxel, 54 anos, afirma que estas situações atrapalham a prestação de serviços. “Se analisarmos a precariedade da rede, percebemos que não acontece mais por sorte”, conclui. Conforme ele, processos para ressarcimento de valores costumam ser lentos.
A costureira Rosvita Bruismann, 53 anos, revela que vem solicitando a troca dos postes há cerca de quatro anos e apenas um teria sido trocado – aquele que segurou a rede.
A comerciante Sandra Kölzer, 50 anos, ironizou o aumento das tarifas, “quanto mais tu paga, pior fica”. Ela também alega que não há coerência na medição do consumo. A média anterior ao aumento das tarifas era inferior a R$ 200, e neste mês já alcançou R$ 400.
Já a comerciante Adi Hendges, 51 anos, ainda não recebeu a conta desse mês. A média mensal ficava em torno de R$ 1,7 mil. “Não tem explicação um vento leve causar transtornos dessas proporções”, dimensiona. Segundo ela, os serviços de atendimento ao cliente das companhias de energia e telefonia deixam a desejar em todos os sentidos.