Em 2013, quando surgiu, de forma mais evidenciada, a informação sobre a possibilidade de implantação de um Condomínio de produção de leite, em Arroio do Meio, projeto idealizado pela Cosuel, aconteceram sucessivas abordagens sobre o assunto, nesta Coluna Semanal, em outros veículos de comunicação e nos meios políticos, como na Câmara de Vereadores, com manifestações favoráveis e também contrárias.
Apenas para restabelecer um pouco do histórico da evolução deste caso, lembro que em um evento acontecido no mês de novembro/2013, uma fonte ligada ao governo municipal me passava a informação de que projeto estava assegurado para o Município (igualmente disputado por outros municípios da região), mas que as tratativas tinham que ser conduzidas no silêncio, como parte da estratégia do negócio.
Compreendi a posição da administração municipal e desde então não se tocou mais no assunto que, felizmente, agora volta com força e deverá ser viabilizado em breve. Contemplará a expectativa de produtores que a partir da idéia inicial mostraram-se muito interessados em integrar o condomínio, como experiência única em nosso meio, cuja inspiração vem da Espanha, conseqüência das idas de comitivas à Galícia, em anos anteriores.
O condomínio projetado deverá ser um marco na história da produção de leite no Município, considerando aspectos como organização, controles de sanidade, de produtividade, tecnologia e utilização programada das propriedades rurais envolvidas no processo.
E é preciso ainda considerar o momento crítico que o setor leiteiro está enfrentando com as sucessivas denúncias de fraudes. O condomínio será, com certeza, um instrumento para “limpar” essa história, fazendo esquecer a má imagem que alguns protagonistas criaram.
A Cosuel, parceira do grande projeto do condomínio, segundo manifestações de seu porta-voz, Rubino, permanente defensor da entidade e ao mesmo tempo do Município, já está tratando da importação de equipamentos, necessários para a futura implantação da unidade.
Por sua vez também o Município terá as suas incumbências, cabendo igualmente aos produtores se organizarem, criando as condições para a concretização de um propósito, com totais possibilidades de êxito. Trata-se de um fato importante para 2014.
Dívidas de agricultores
A matéria do AT veiculada na semana passada, fazendo referências a dívidas de agricultores, em decorrência de prestação de serviços pela secretaria municipal de Agricultura e não pagos, que seria o caso de 145 beneficiários, teve e tem desdobramentos, constrangedores e divergentes.
Acho oportuno observar que os programas de apoio ou de incentivos, inclusive, os de prestação de serviços, têm as regras definidas em lei. E a lei deve, a princípio, ser aplicada de forma igual para todos, sem privilégios. As exceções criam os problemas.
Há manifestações de agricultores reconhecendo não ter honrado seu dever de pagar os serviços. Mas dá para perceber que a indignação está presente, em muitos casos, quando se escuta revelações de que “tinham prometido fazer as coisas, de graça, e agora se sabe que foram lançados os valores”. E julgam este fato como sendo “traição e enganação”.
Às vezes esses desencontros acontecem pela ausência de comunicação. Pois quando o agricultor encaminha o seu pedido do serviço ele poderia ser informado sobre valores e prazos para o pagamento da conta, ainda mais que na hora da execução dos trabalhos o beneficiário assina um documento. É possível que essa rotina não tenha sido seguida, provocando um desencontro.
Fomento do STR fecha
A notícia do fechamento do setor de “fomento agropecuário” do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arroio do Meio está divulgada e é real. São vários os motivos alegados para a decisão da direção.
Desta forma apaga-se mais uma referência nas atividades de representação e de defesa dos sindicalizados que desde a década de 1970 constituía-se em importante fonte de renda para a manutenção de outros serviços, inclusive assistenciais, do STR. É preciso lembrar que a conquista daquele espaço foi um fato de grande repercussão, por volta de 1977/78, época em que os associados participaram da compra do imóvel, emprestando dinheiro para isso.