Arroio do Meio – O presidente do Sindicado dos Trabalhadores da Indústria de Vestuários e Calçados de Arroio do Meio, Capitão e Travesseiro, Günter Luis Hofmeister, revelou que o reajuste do dissídio coletivo deve ser anunciado até o fim deste mês. No momento a entidade negocia os valores com a classe patronal.
O piso de R$ 832 deverá ser reajustado de acordo com a inflação e outros índices monetários, entretanto Günter preferiu ser cauteloso, para não criar expectativas. Atualmente o salário médio dos sapateiros gira em torno de R$ 950, há 12 empresas (entre fábricas e ateliers) e cerca de 900 trabalhadores.
Os números são bem mais generosos que em outras épocas, quando o setor era o carro chefe da economia, sendo responsável pela geração de mais de 3 mil postos de trabalho. Antes da crise da exportação, ocorrida em 2009, haviam empresas onde 150 de um total de 1,3 mil funcionários, recebiam metade da folha de pagamento – eram cargos ocupados por executivos e diretores. Hoje essas funções de chefia recebem remuneração de até no máximo quatro salários mínimos.
Só do início de 2013 até o presente momento, aproximadamente 400 trabalhadores teriam se desligado do setor, de acordo com o presidente. Parte da mão de obra teria se transferido para o comércio, indústrias da alimentação e construção civil, em busca de melhor remuneração. “O mercado enfraqueceu e as empresas readequaram seus custos de produção”, apura.
No entanto, a direção das empresas nega a saída de funcionários. Apesar disso, muitos deles admitem que o mercado está desaquecido – também devido ao inverno atípico na região sul e a seca no sudeste –, e a perspectiva é de queda nas vendas no segundo semestre, “a crise é geral no país. Os consumidores dão preferência a gêneros alimentícios e itens da cesta básica. No vestuário, ainda priorizam roupas à calçados. O momento não é de investir e sim, de ratear o custos o máximo possível e trabalhar de forma enxuta”, dimensiona o sócio-proprietário de uma fábrica de calçado, Cristian André Schmidt.”