A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realiza hoje, na cidade de Estrela, no Centro Cristo Rei, a edição/2014 do Dia do Porco.
Há uma estimativa de que em torno de mil produtores e convidados marquem presença no grande evento, a partir das 09h30min, quando ocorre uma palestra cujo tema propõe uma análise das perspectivas e cenário futuro para a suinocultura.
Outro momento importante do encontro será a presença dos candidatos ao governo do Estado que terão a oportunidade de exporem suas ideias e propostas para o setor da agropecuária, mas especificamente para a suinocultura.
A cadeia de produção de suínos vive um momento interessante, apesar da situação dos produtores não ser confortável quando se analisa a remuneração ou os preços praticados, tanto no que se refere aos “integrados”, quanto aos que poderíamos denominar de “autônomos”. Esses, aliás, são os mais vulneráveis às instabilidades que já perduram há muitos anos em razão da falta de garantias e a sua dependência direta à lei da oferta e da procura.
No entanto temos alguns fatores que acenam com a possibilidade de surgirem ares mais favoráveis ou propícios para a nossa suinocultura. Há duas semanas foram desenvolvidos contatos com governantes mexicanos, tratando de negociações para a ampliação do mercado para aquele país, aproveitando os problemas de sanidade que os produtores dos Estados Unidos enfrentam com uma epidemia fora de controle.
E nesta última semana surgem informações de que os russos admitem “credenciar” novos frigoríficos brasileiros para a realização de transações comerciais. Ora, são mais de dois anos que a Rússia vinha sustentando uma posição de dificultar importações de produtos brasileiros, em especial os de proteína animal (carne suína e bovina).
Este segundo semestre de 2014 poderá, de fato e com evidências, ser um novo momento para a suinocultura e a nossa região ou o Rio Grande do Sul tem condições para tirar um bom proveito desse cenário. Os nossos produtores são qualificados e certamente temos uma matéria prima muito boa para fornecer para qualquer mercado, nacional e fora daqui.
ATÉ AS COOPERATIVAS?
Lamentavelmente os problemas de adulteração do leite chegam às cooperativas. Pelo menos as notícias veiculadas fazem essa alusão e mencionam duas instituições. As versões são contraditórias e lançadas muitas dúvidas sobre a credibilidade dos testes de laboratório realizados para a identificação de possíveis fraudes.
Tenho observado com atenção as manifestações das cooperativas denunciadas que, com convicção, contestam os indícios de provas.
Sem entrar no mérito da questão, se é ou não verdade o que o Ministério da Agricultura afirma, mais uma vez é destacada a ausência das ações de fiscalização, dos órgãos competentes, em determinadas fases da produção, transporte, industrialização e comercialização dos produtos lácteos.
Faltam os ditos “mecanismos” de acompanhamento e controle de todos os passos, entre os produtores até os consumidores. No momento em que forem adotados instrumentos eficazes, diminuirão as possibilidades de acontecerem “acidentes de percurso”.
SUASA / SUSAF
Estão diminuindo cada vez mais as chances de saírem do papel as propostas de implantação dos Sistemas Unificados de Inspeção de produtos de origem animal ou da agricultura familiar. Na teoria ambas as sugestões foram vistas como sendo viáveis e aplicáveis, alavancando o segmento das agroindústrias familiares. Mas na prática o que se vê é um conjunto de entraves, de dificuldades que impedem uma evolução no trato dos sistemas. Os interesses opostos e obscuros freiam as idéias e as ações.
As autoridades municipais estão hoje inclinadas a buscarem a adesão ou a submissão ao Sistema de Inspeção Federal (SIF) que, embora possa parecer mais oneroso, talvez esteja mais próximo e de maior viabilidade.