Arroio do Meio – A agricultura familiar ganhou destaque nos últimos anos. Depois da indústria, a agricultura apresenta a maior contribuição para o valor adicionado fiscal do município. Em 2013, atingiu o valor de R$ 115 milhões, com um acréscimo de 21,31% em relação ao ano anterior. O setor primário representa 17,5% na economia do município.
Para alavancar a agricultura familiar a Administração Municipal tem dado sua contribuição. Só este ano, foram executados mais de duas mil horas/máquina em propriedades rurais, além de incentivos a novos investimentos, melhoria nas estradas de localidades do interior, ampliação nos serviços de saúde, educação, telefonia e internet na área rural.
O destaque é para a suinocultura, que está em primeiro lugar no valor adicionado. São 120 suinocultores que geraram R$ 37 milhões ao município, com 106 mil cabeças abatidas.
A avicultura ocupou o segundo lugar em retorno de valor adicionado gerando R$ 24 milhões para o município em 2013. Entre 2013 e 2014 foram construídos cinco novos aviários, sendo três para ovos férteis e dois para aves de corte. A perspectiva de crescimento para os próximos anos é grande, considerando o investimento da Dália Alimentos, que deve necessitar de 150 novos aviários para seu empreendimento.
Na cadeia leiteira são 460 produtores. Esse setor ocupa o terceiro lugar em retorno para o município e vem crescendo 5% anualmente, considerado os últimos quatro anos.
Com intuito de mostrar a boa fase da agricultura do município a Administração Municipal, por meio da secretaria da Agricultura, promoveu terça-feira, um passeio a três propriedades rurais que são exemplos de gestão.
Orgulho pelo que faz
A primeira residência visitada foi a de Telmo Hentges em Forqueta Baixa. Produção de suínos e leite são as fontes de renda da propriedade. O agricultor se orgulha da profissão e diz que não pensa em voltar para a cidade. Ele conta que em 2007, ao sair da Majolo, fez um projeto pensando em investir na área de 11 hectares. “Não é de uma hora para outra para arrumar uma propriedade. Um exemplo disso é a genética das vacas de leite. São necessários 10 anos de investimento para chegar a um bom plantel. Começamos há sete, estamos quase lá”, disse.
A evolução é visível. Ele conta que há sete anos produzia 18 mil litros anuais, hoje são 173 mil litros e em breve espera alcançar a produção de 180 mil litros de leite por ano. Ele revela que o segredo do sucesso é trabalhar como se a propriedade fosse uma empresa investindo grande parte do lucro. O agricultor espera em 2015 alcançar o faturamento de R$ 250 mil por ano. “Tiramos nossos salários, e o resto é investido em benfeitorias”, disse.
De locatário a proprietário
Outro bom exemplo é a propriedade de Jandir Steffens. Depois de morar alguns anos de aluguel a família acabou comprando a propriedade de 13 hectares em 2004. De lá para cá as coisas melhoraram muito para eles. Na família composta de seis pessoas, trabalham na propriedade o casal Jandir, Iria e dois filhos.
Hoje eles produzem diariamente 900 litros de leite de 55 vacas em lactação, chegando a 330 mil litros por ano. Nesses dez anos eles investiram mais de R$ 1 milhão em equipamentos, benfeitorias e animais. A família também trabalha fazendo serviços terceirizados com maquinário agrícola para propriedades próximas.
Tudo orgânico
A terceira e última visita do dia ocorreu na Agroecologia Ferrari. Em meio hectare de terra, é produzido e oferecido hortaliças e frutas orgânicas certificadas pela Rede Ecovida, além de um quiosque receptivo aos visitantes. Na propriedade são cultivados: morangos, repolhos, alfaces, temperos, chás, cenouras, rabanetes e beterrabas, entre outros, tudo orgânico.
Márcia Ferrari recebe grupos de todo o Vale do Taquari interessados em consumir alimentos sem agrotóxico. Sábado é o dia mais movimentado na propriedade. Ao chegar o visitante é recepcionado ainda no portão por Márcia, que os leva até o quiosque onde há uma infinidade de produtos.
Mas se preferir o visitante pode ir até os canteiros e colher os hortifruti que preferir. O visitante recebe um chapéu de palha e um cesto para colher as frutas. Depois, é só pesar e pagar. A proprietária deixa o cliente à vontade. Quem preferir ela acompanha na colheita.