No final desta sexta-feira, dia sete, inicia a 19ª edição da Expovale – feira comercial, industrial e de serviços do Vale do Taquari, no Parque do Imigrante, em Lajeado. Pelo visto serão 10 dias de uma programação recheada de atrações especiais.
Quero destacar mais uma vez a confirmação da participação de 52 agroindústrias familiares, oriundas de 36 municípios do Estado. Muitas delas, certamente, já estiveram nas edições anteriores e em função da experiência adquirida, apostam na ampliação de seus mercados para os produtos diferenciados, como alimentos e artesanato rural.
As agroindústrias familiares, em que pese o desafio de sua legalização, têm evoluído nas atividades, diversificadas, de produção a ponto de poderem oferecer variedades de alimentos, desde queijos, salames, rapaduras, melados, conservas, mel e vinhos, além de cuias, flores, entre outros itens de seu vasto artesanato.
A Emater, FETAG/RS e STRs viabilizam o comparecimento da agricultura familiar a esses eventos, demonstrando, efetivamente, um esforço para a busca de formas de sobrevivência do meio rural, através da agregação de valor aos seus produtos.
PRODUTORES DE LEITE PODEM SER EXCLUÍDOS
De longa data existe a possibilidade ou a probabilidade de pequenos produtores de leite serem excluídos do processo de industrialização. O assunto vem à tona, de forma mais intensa, neste momento, com o anúncio de que as indústrias de laticínios poderão suspender o recolhimento do produto em propriedades que tenham uma produção diária inferior a 50 litros.
Esta ameaça atinge aproximadamente 30 mil pequenos agricultores apenas no Rio Grande do Sul e poderá ter uma repercussão social e econômica bem acentuada, considerando que para muitas famílias, de produtores menos estruturados, apesar da diminuta produção, a atividade vem tendo a sua importância no complemento de renda da unidade familiar. E para muitos agricultores possivelmente a venda de leite representa não apenas um complemento, senão a principal fonte de renda.
Os argumentos das indústrias não podem ser ignorados ou desconsiderados por seus fundamentos técnicos e sanitários. Mas as indústrias de laticínios devem ter uma sensibilidade no sentido de concederem um prazo, reivindicado pelas entidades representativas dos pequenos produtores, para que esses ou parte dos mesmos possam adequar-se e ampliarem as suas atividades.
Já não bastava a crítica situação de muitos produtores de leite, que não conseguem cobrar as suas contas junto à empresas que os abandonaram, surge mais esse fato da exclusão da cadeia de tradicionais e antigos leiteiros. O setor não merecia essa turbulência. No entanto, para atenuar um pouco o quadro de dificuldades, surge a boa informação de que o Condomínio de Leite de Arroio do Meio começa a tornar-se realidade, com o projeto sendo executado e implantado.
O Condomínio representará um modelo coletivo de profissionalização da atividade. E esse avanço ao lado de um grande número de produtores, exemplares, investindo e aprimorando as suas propriedades, contribuirá para superar, através da qualificação, os desafios que a cadeia produtiva vem enfrentando e ao mesmo tempo impondo.
O QUE HÁ DE ERRADO?
Se em uma propriedade, que produz leite, com um plantel qualificado, os testes de tuberculose vinham sendo feitos regularmente há 29 anos, como entender que agora ela esteja perdendo 33 animais, condenados em razão da constatação da doença? – De 2009 para cá, todos os procedimentos do Programa Piloto da Comarca foram seguidos e o método adotado não acusou ou não detectou o problema. É complicado entender esse fato.