Arroio do Meio – O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Pedro Kirch, nega supostas negociações de aluguel ou venda, ou o fechamento do supermercado da entidade. Segundo ele, estes boatos são criados apenas para atingir a imagem da instituição perante a opinião pública, e não estão ocorrendo pela primeira vez.
Referente ao pedido de informações feito na Câmara de Vereadores a respeito do contrato de incentivo municipal de R$ 340 mil, para ampliação do supermercado concluída em setembro de 2012, garantiu que os requisitos de geração e oferta de empregos, assim como o faturamento, estão sendo cumpridos. Outro critério para concessão do incentivo teria sido a criação de vagas de estacionamento (76), devido a escassez de espaços na área central da cidade. Os investimentos da ampliação giraram em torno de R$ 6 milhões, incluindo financiamento junto ao BRDE, BNDES e recursos próprios.
Kirch não esconde as dificuldades no gerenciamento, segundo ele, relacionadas à diminuição do poder aquisitivo dos consumidores em comparação com 2012 e 2013. “Começamos a perceber mudanças na escolha das mercadorias nos primeiros meses do ano. Os consumidores substituíram os produtos mais caros por similares mais baratos ou até outros gêneros mudando seu hábito de consumo. O faturamento não caiu só no STR como no comércio em geral. Por isso renegociamos algumas linhas de financiamento, ligadas à construção, aumentando o prazo para amortização de 10 para 16 anos. Já as prestações de veículos e equipamentos, que têm juros mais elevados, estão sendo quitadas dentro da normalidade”, explica.
Apesar da diminuição das vendas, o presidente afirma que devido ao enxugamento administrativo, lucro cresceu. Parte estaria relacionado ao reposicionamento do fomento agropecuário, cujas atividades no prédio situado na rua São José foram encerradas em agosto e redimensionadas ao supermercado, “muitos produtos já estavam sendo vendidos nos dois lugares e dessa forma conseguimos fazer o reaproveitamento dos funcionários, além de preservar o patrimônio dos associados”, revela.
Apenas adubos, rações, sementes e agrotóxicos deixaram de ser comercializados, uma vez que não podem ser vendidos junto a produtos alimentícios no mercado. Parte do prédio do fomento era alugada, apenas a esquina é do STR, e deve passar por ampla reforma a fim de atender as novas legislações prediais vigentes. Futuramente os associados decidirão a melhor forma de reutilizar o espaço.
Quanto a supostas negociações com a rede STR de Lajeado, Kirch revelou que nunca foi conversado nada neste sentido, e que os boatos chegaram a ambas as partes, o que causou surpresa, “a única coisa que se sabe é que fecharemos em 31 de dezembros e voltaremos a abrir em 2 de janeiro”, brincou, “o mercado continua de portas abertas, e aberto a sugestões dos consumidores para melhorar ainda mais o atendimento”, conclui.
Recentemente o consultor econômico, Valmor Mantelli foi contratado para conduzir o processo gerencial de varejo, mas preservando acima de tudo o patrimônio, a história e tradição da entidade que no ano passado completou 50 anos de história no município.
Varejo no município
O principal concorrente do STR no município nas décadas de 1990 e 2000 foi o supermercado da Importadora e Exportadora de Cereais S/A (IMEC), que teve a filial fechada em abril de 2008, após cerca de 16 anos de atendimento. Na ocasião, a direção do Imec e o proprietário do prédio, Adaílton Cé, não entraram num acordo a respeito do valor do aluguel. O espaço foi dividido e está sendo locado pela loja da Certel desde 2008 e pela Caixa Econômica Federal, desde 2009. Com a saída da concorrência o faturamento do STR cresceu, o que possibilitou projetar a expansão.
Entretanto, em novembro de 2013, a Cooperativa de Suinocultores de Encantado (Cosuel) abriu uma filial do Supermercado Dália, na ERS-130, km 79, tornando-se o principal concorrente do STR no município. A Dália já teve outra unidade filial, entre 1993 e 2001, na esquina das ruas Maurício Cardoso e Gustavo Wienandts, que foi vendida para o supermercado Arroiomeense.
Antes disso, a Cosuel, possuía armazéns de secos e molhados, situados nas localidades de Arroio Grande, Forqueta, Forqueta Baixa, São Caetano e Travesseiro, que tiveram forte atuação nas décadas de 1970, 1980 e parte da década de 1990, época em que as atividades foram terceirizadas e o principal ponto de varejo centralizado onde hoje está situado o supermercado Arroiomeense.