Nessa semana compartilhamos esse espaço com a professora Magda Cristiane Schena, que atua junto às escolas Ana Néri e Carlos Gomes em Marques de Souza com o artigo: pai x filho.
As leis brasileiras, asseguram ao ser humano em desenvolvimento o direito de ser tratado com carinho, amor e dedicação por seu respectivo pai. Um pai, tem a obrigação de assegurar a satisfação das necessidades físicas, afetivas e de formação psíquica sólida. Infelizmente nas andanças dessa vida tenho encontrado muitos problemas de relacionamento envolvendo pais e filhos, mas em grande número, dores profundas da alma, envolvendo a figura específica do pai e do filho.
Não consigo entender como um pai pode deixar de ser a base de afeto e amor a seu filho, deixar de procurá-lo, de ligar, de pegá-lo para passar um final de semana, passear, dizer que o ama, achar desculpas para fazer-se vítima e assim, deixar a criação exclusivamente como responsabilidade das mães, a qual chamo aqui de guerreiras e, que existem em grande número, por sorte do filho. Uma delas, que criou dois filhos sozinha, me disse, às lágrimas: “Vivi até hoje dentro de quatro paredes, para que meus filhos tivessem o necessário e, hoje, pudessem, apenas, VIVER!” Essa fala representa o trabalho árduo de milhões de mães que se viram nos trinta para ser Pai e Mãe, que além de manter as necessidades financeiras, precisam dar amor em dobro, fornecer exemplos sólidos, para que seus filhos sejam pessoas honradas.
Uma criança, um adolescente, não tem estrutura para entender problemas de relacionamento entre seus pais, ou seus pais e seus novos relacionamentos, eles querem sentir-se amados e protegidos e, quando isso não acontece, se afastam, choram, sofrem e muitas vezes, acabam se perdendo na vida, em busca de uma atenção, que não recebem…Sofrem, mas não correm atrás, mas não porque não amam seu pai, mas porque não conseguem entender o porque deixaram de ser importantes e necessários na vida deles. Cabe ao pai ter maturidade para lidar com isso, ele tem que entender que filho é para a vida toda, é sangue de seu sangue… Cito a seguir algumas frases que ouvi de alguns adolescentes e que inspiraram a escrita desse texto: “Vou tatuar na minha testa: sem pai. ”Procurei meu pai para abraçá-lo e ele, mandou que eu fosse embora, que me procurava depois, por medo da companheira. “Meu pai é muito rígido comigo, nunca recebi um abraço”. Meu pai foi buscar meu irmão e, ao passar por mim, fez de conta que nem me viu”. “Não é fácil, saber que seu pai não gosta de você”. “Estou sofrendo muito por estar sem meu pai” . “Fazem 4 meses que meu pai não paga a pensão”.Frases desse tipo me chocam profundamente, isso não é ficção, é realidade. Formar-se pessoa, sem a presença efetiva de um PAI, pode trazer consequências irreparáveis.
Como pode um pai dormir sem saber notícias de seu filho? Sem lutar por ele? Que bom, que Deus fez as mães…Uma mãe, dificilmente esquece ou abandona seu filho. Para ela não existe separação entre o filho e ela própria. A mãe, não desiste de seu filho jamais. A mãe é o Arqueiro que lança a flecha, seu filho, para a Vida, sem nunca deixar-se de se sentir responsável por ele.
“Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força para que suas flechas se projetem rápidas e para longe. Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria.
Pois assim como ele ama a flecha que voa, também ama o arco que permanece estável”.
Gibran Khalil Gibran