É comum assistirmos manifestações de economistas, fazendo análises sobre os efeitos das oscilações do dólar, como moeda utilizada em transações internacionais. Quem ganha, quem perde, influência nos pacotes turísticos, importações e exportações.
O mais provável é que há setores favorecidos, como há outros que pagam o preço das variações e da cotação que a moeda-referência alcançou agora e, consequentemente, provocando uma desvalorização da nossa moeda que é o real.
O setor da produção agropecuária, que tem os preços dos principais insumos “dolarizados”, está preocupado com a provável e inevitável elevação do custo de produção. Tem-se, por alto, uma variação do dólar, para mais, no período de um ano, que se situa em torno de 30%. Esse percentual acabará sendo transferido para os custos dos fertilizantes, sementes, herbicidas, dentre outros.
Em contrapartida, não há perspectivas de que os preços dos produtos da próxima safra agrícola possam ser corrigidos em percentuais próximos aos 30%. Portanto, perdas já são previsíveis, penalizando o produto primário, contrariando ou diminuindo o ânimo dos que estão, neste momento, festejando talvez a maior safra de grãos que o país já registrou.
FILANTROPIA DA EMATER
Depois de um razoável período de trégua, o assunto da Filantropia da Ascar/Emater volta à tona. Em 2013, muito se falava sobre o fato e o risco real de se ter o fim de uma instituição com uma grande folha de serviços prestados, com destaque, ao setor da agricultura familiar, da pequena propriedade agrícola.
Surge, agora, novamente a informação de que a condição da Emater, neste aspecto teve uma recaída, sendo suspensa a condição de filantropia, de forma que será retomada, no campo jurídico, a discussão em relação ao futuro da empresa.
Importante lembrar que a “dívida” da Emater, caso venha a perder na Justiça o processo em análise, será impagável, sem chances de uma sobrevida.
As autoridades do Estado, os produtores rurais e a sociedade como um todo, não podem permitir que o desfecho venha a ser desfavorável à Emater. A mobilização terá que ser retomada imediatamente, mostrando um interesse único na manutenção de um patrimônio comum, em termos de capacidade de assistência à produção agrícola.
SEM REGISTRO E EMPLACAMENTO
Há rumores de que o governo federal deverá editar e publicar, em breve, uma Medida Provisória, suspendendo, em definitivo, a aplicação do dispositivo do Código Brasileiro de Trânsito, que se refere à exigência do Registro e Emplacamento de Máquinas Agrícolas.
É um fato positivo e ele resulta da mobilização de produtores rurais e líderes políticos e, representa, uma economia significativa para o setor primário, que, com essa medida, não precisará desembolsar, anualmente, recursos para tal finalidade.
Quando uma proposição dessas tem origem no governo federal, há de fato grandes possibilidades de o congresso nacional posicionar-se favoravelmente, decidindo em definitivo um impasse que vinha se arrastando por muitos anos.
PROGRAMAS DO ESTADO
Tive a oportunidade de presenciar, nesta semana, manifestações do secretário Estadual da Agricultura e Pecuária, deputado Ernani Polo, falando de seus desafios em conduzir um setor de muita importância na economia do Estado.
Em que pese existir um ar de otimismo para superar as dificuldades, o Secretário referiu-se a impasses herdados, como a não prestação de contas de recursos repassados pela União para programas desenvolvidos. Esse fato impede o acesso a novos recursos e determinados projetos e planos possivelmente não poderão ter continuidade.