Lajeado – O Sindicato dos Empregados no Comércio de Lajeado realizou na manhã de quarta-feira, no auditório do hotel Mariani, um encontro para discutir os indicadores do comércio na região. Admissões, demissões, média salarial e rotatividade de funcionários foram alguns dos assuntos abordados.
A técnica do Dieese, Daniela Sândi, comentou que o emprego no Rio Grande do Sul teve crescimento significativo. De 2002 a 2013, o aumento foi de 52% na criação de vagas. Só em 2014, foram mais de 24 mil novos postos de trabalho. Entre as principais causas do crescimento estão o aumento do salário mínimo e as boas safras agrícolas. A taxa de desemprego em 2015 é de 5,8%, menor registrada desde 2001.
Nos últimos anos o setor tem sido embalado pelo dinamismo do mercado interno, por meio do crescimento do emprego e pela expansão da massa salarial. Segundo Daniela, a despesa de consumo das famílias expandiu 2,6% em 2013, décimo ano seguido de crescimento, favorecido pelo crescimento da massa salarial e crédito.
O aumento do salário mínimo, os reajustes dos pisos regionais, ganhos das categorias, programas de transferência de renda e o crescimento do volume de crédito, são fatores que contribuíram para o bom desempenho do setor.
As medidas de estímulo ao consumo, adotadas pelo governo como: manutenção do IPI reduzido para linha branca, móveis e materiais de construção; IPI reduzido para automóveis que se estendeu até o fim do ano passado; desoneração de produtos da sexta básica; desoneração da folha de pagamento para 19 segmentos do comércio varejista; e linhas de créditos para casa própria a exemplo do Programa Minha Casa Minha Vida do governo federal, também contribuíram para a expansão do comércio.
Conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-RS), em Lajeado, Arroio do Meio e Estrela a rotatividade de empregados é grande. No ano passado chegou a 70%. Em 53,3% dos casos, o desligamento ocorreu por iniciativa da empresa, por demissões sem justa causa. Já os trabalhadores que pediram para sair representam 45,4 pontos percentuais.
Entre os motivos de pedidos de demissão estão a maior jornada de trabalho semanal, que chega a 46 horas e o baixo salário. Na contramão das estatísticas estão os desligamentos do setor supermercadista. Nesse caso, 62% dos pedidos de demissão vieram dos próprios trabalhadores. O principal motivo é a carga de trabalho elevada, incluindo feriados e fins de semana.
O estudo do Dieese apontou também o salário médio dos trabalhadores por tamanho de empresa. As que possuem até quatro funcionários remuneram os trabalhadores em R$ 1.004,70. Aquelas que possuem entre 10 e 19 funcionários pagam R$ 983, 80 e empresas que possuem, de 250 a 499 colaboradores pagam R$ 1.091,40.
Em sua explanação a técnica comentou sobre a média salarial das três cidades apontadas. Citou exemplos do comércio, onde a remuneração das pessoas que iniciam em um novo trabalho é de R$ 983,90. Já funcionários que se desligam da empresa têm salários maiores, R$ 1.171,40. O mesmo acontece nos supermercados da região, onde a rotatividade também é alta. Nesse caso o salário de ingresso é de R$ 821,50, menos que recebem quando se desligam da empresa, cujo valor é de R$ 1.209,50.