A situação financeira do Estado começa a atingir o setor de saúde. O Hospital São José (HSJ) estuda medidas para contornar a situação, sem comprometer o atendimento à população regional. A casa de saúde tem quase R$ 400 mil a receber do Estado.
O atraso nos repasses estaduais já vinha ocorrendo em 2014. Valores do incentivo IHOSP, cujo contrato prevê o repasse de R$ 33.918,70 por mês, não foram pagos nos meses de outubro e novembro. Somando-se os meses de 2015, são em torno de R$ 200 mil a menos no caixa do HSJ. Além do IHOSP, destinado a complementar o custeio de ações de média complexidade na prestação de serviço do SUS, não foram repassados os recursos do Faec, aplicados em cirurgias. Os valores de janeiro deveriam ter sido pagos em março e os de fevereiro em abril. Mas, até a segunda-feira, nada tinha sido pago. Somados os valores, o HSJ tem R$ 391.773,75 em haver.
O diretor do HSJ, José Clóvis Soares, diz que os recursos fazem falta no orçamento do hospital e que não há previsão de recebimento. “Estamos discutindo adequações no orçamento. Possivelmente vamos reduzir o número de cirurgias eletivas, que não são de urgência. Se o governo não tem como repassar esses valores, temos que nos ajustar”, lamenta. Ele destaca que o montante em atraso e os recursos que vinham sendo repassados fazem falta no caixa do hospital. “Temos que diminuir as despesas, ajustar nosso orçamento que vai ter menos recursos. Para o hospital esse valor (em atraso) representa muito”.
Por enquanto nenhum serviço do hospital foi alterado. A direção da casa de saúde já entrou em contato com os municípios com os quais possui convênios, na tentativa de que estes sejam ampliados. Mas, entende que, de qualquer forma, adequações terão de ser feitas se o Estado não sinalizar pela continuidade dos repasses.
O coordenador regional de Saúde, Vitor Hugo Gerhardt, diz que o IHOSP encerrou em 30 de dezembro do ano passado e não foi prorrogado em função da contenção de despesas instituída pelo atual governo. Admite que há atrasos em repasses do incentivo, mas reforça que são pendências que ficaram da gestão anterior. Em relação aos demais valores contratuais, Gerhardt diz que todos estão em dia. Ele desconhece os atrasos do Faec e diz que a Secretaria de Saúde do Estado estuda mecanismos para quitar os valores não pagos pelo governo anterior.