Vivemos numa época em que os valores éticos, morais e de comportamento, tão seguidos rigorosamente outrora, hoje parecem esquecidos pela “modernidade”, onde ser honesto parece ser exceção. Trouxemos nessa edição a opinião do Themis Groismann Lopes, publicada recentemente no jornal Zero Hora, e que nos leva a uma boa reflexão sobre o assunto. “Uma jornalista se mostrou surpresa com a atitude dos pais de uma criança de três anos que queria abrir um chocolate no supermercado. Eles não permitiram e explicaram: ‘Primeiro a gente paga e depois se abre.’
Vários comentários, de pessoas também surpresas com o fato, foram feitos a partir de sua publicação, pois costumam ver exatamente o contrário.
Todos nós assistimos inúmeras vezes, a permissividade de pais em relação aos filhos, quando eles abrem guloseimas e comem ou abrem pacotes de biscoitos e tiram alguns, sem passar pelo caixa. A situação se perpetua em casa, quando são permitidos pequenos ‘deslizes’ das crianças, como trazer da escola, lápis ou outros objetos de colegas, ficando com eles.
Transferem para a escola a responsabilidade de educar; e quando chamados por problemas disciplinares dos filhos, os defendem, culpando os professores Os valores éticos mudaram em nossa sociedade, deixando alguns pais inseguros, com receio de exigirem demais dos filhos, impondo limites e valores, pois eles poderiam perder os instrumentos necessários para se defender em uma sociedade que privilegia os ‘espertos’.
Forma-se um código familiar, no qual o correto é levar sempre vantagem em tudo. Assim, as crianças crescem, tornam-se adultos obedecendo às regras que aprenderam, segundo as quais tudo é permitido, principalmente lesar os outros para nunca perder. Partir dos ‘deslizes’ para grandes delitos é um pequeno passo. É a corrupção imperando numa sociedade onde há falta de punição e a ganância sobrepujam qualquer valor moral.
Faz-se mister que os pais deem limites coerentes aos seus filhos equilibrando liberdade com responsabilidade e impondo o certo sobre o errado. É uma das formas de transformar o Brasil, num país ético e democrático, onde prevaleça o ser sobre o ter e exista uma reversão dos valores de que os transgressores são os privilegiados.”