Arroio do Meio – Moradores de Picada Arroio do Meio estão colhendo assinaturas para um abaixo-assinado que tem como objetivo mudar o sistema de leitura dos medidores da AES Sul que hoje é feita trimestralmente. Eles querem que a leitura dos relógios seja feita mensalmente como acontece em outras fornecedoras de energia. Segundo eles, a cobrança por estimativa prejudica os clientes que estão pagando valores elevados.
O assunto veio à tona também na Câmara de Vereadores, quando o vereador Luis Both (PMDB) falou sobre o descontentamento dos moradores, dizendo que também já foi prejudicado com o sistema atual.
Uma reunião entre diretores da AES Sul, autoridades municipais e representantes da comunidade para tratar de assuntos relacionados à energia elétrica foi realizada em abril na Câmara de Vereadores. As constantes quedas de energia e a má qualidade do fornecimento em áreas rurais motivou a reunião.
O morador de Picada Arroio do Meio, José Luis Liesenfeld, não concorda com o sistema adotado atualmente. Ele está percorrendo residências da localidade colhendo assinaturas que serão enviadas a direção da AES Sul por intermédio do diretor executivo da Câmara de Vereadores Marcio Cazotti. Até agora 60 assinaturas foram colhidas, mas Liesenfeld espera alcançar em torno de 120. Na localidade há 286 fornecimentos de energia ativos.
Conforme José, anteriormente o sistema funcionava diferente. A coleta era feita pelo próprio morador que ligava e fornecia os dados em dia estipulado no boleto da conta de energia. De um tempo para cá a AES Sul não aceita mais que o proprietário da residência envie os dados e passou a cobrar por estimativa. Nesse caso o funcionário coleta os dados de três em três meses.
Ele afirma que mensalmente faz a coleta dos dados no medidor, o qual nunca fecha com os dados fornecidos pela AES Sul. José mostra os números de protocolos das ligações que fez para reclamar da cobrança indevida, que são várias. Conforme ele, está pagando em média R$ 30 a mais todos os meses. “Sempre me cobram quilowatts a mais. Em determinado mês gastei 93 e eles me cobraram 181. Sempre falam que vão devolver o excedente, mas até agora isso nunca aconteceu”, comentou.
Liesenfeld diz que o sistema adotado pela AES Sul está ultrapassado. Deu o exemplo da Certel Cooperativa de Energia Elétrica, onde um funcionário passa com um aparelho mensalmente fazendo a leitura imprimindo o boleto no ato. “Queremos que seja adotado esse sistema, que é muito mais prático e que não deixa margem para erros”, finalizou.
Outro morador, que não quis se identificar, também reclamou do atual sistema. Ele disse que minutos depois da visita do funcionário da AES Sul que coletou dados no medidor, realizou a leitura, a qual os dados não bateram ao verificar a conta no fim do mês. “Coletei na mesma hora que ele, e mesmo assim os números não fecharam”, afirmou.
O coordenador regional de atendimento coorporativo e poder público Cristiano Guedes da Silva relatou que a leitura trimestral está prevista em lei, na resolução 214. Afirmou que a cobrança feita por estimativa não prejudica os clientes, que têm valor restituído em créditos caso este ultrapasse o consumo da residência.
Ele disse ainda que o cliente pode sim informar a leitura em uma das lojas da AES Sul em Arroio do Meio ou Lajeado, ou ainda por telefone, na data prevista informada no boleto. “Desconheço a informação de que a concessionária não está aceitando a leitura informada pelo cliente. Ele pode sim realizar a leitura de seu relógio”, afirma.
Quanto a forma de leitura que é feita trimestralmente, descartou qualquer mudança à curto prazo. “Novas tecnologias são bem vindas para melhorar o funcionamento. Mas não vejo esta possibilidade”, frisa.