Arroio do Meio – O diretório municipal do Partido Progressista (PP) já começou a se articular para o pleito eleitoral de 2016. Uma das novidades é a maior participação das mulheres entre os 13 membros efetivos da diretoria executiva, passando de nenhuma para três.
De acordo com o presidente Gustavo Kasper, além de cumprir com a exigência do diretório estadual, que exige ocupação de 20% por mulheres, buscou-se líderes ativas e comprometidas de forma espontânea e natural.
A 1ª secretária Juliana Gasparotto sustenta que a política é séria demais para ser discutida somente por homens, uma vez que as mulheres já estão inseridas nos demais setores da sociedade e precisam também contribuir para o campo público de forma impositiva e propositiva. “Não participar é o mesmo que concordar que tudo está bom. Os assuntos públicos precisam ser trabalhados com a maior representatividade possível”, comenta.
Além do ingresso de mulheres, também houve renovação no quadro masculino, com destaque para Miguel Petry e do reverendo Jair Erstling, filiado ao partido no último sábado pelo deputado estadual Marcel Van Hattem. “Os dois acrescerão em termos de experiência e na pluralidade de representação comunitária”, assinala Kasper.
Apesar do desgaste das siglas partidárias em âmbito estadual e nacional, na municipalidade o PP está buscando cumprir com dever político e social de oposição. Nas reuniões comunitárias promovidas em todas as localidades, a população tem a oportunidade de expressar contrapontos às decisões políticas e administrativas do atual governo com mais liberdade, “uma importante janela para o exercício da cidadania”, definem.
As principais críticas da população estão relacionadas ao uso político da secretaria de Obras e Agricultura, para atender interesses de correligionários e simpatizantes. Outra queixa é referente ao inchaço da máquina pública, para “valorizar o esforço eleitoral”, o que consequentemente diminuiu a capacidade de investimentos com recursos próprios. “Com o orçamento atual, não vejo dificuldades para economizar dinheiro. O valor do quilômetro do asfalto é de R$ 500 mil, porém, hoje as obras estão restritas a pequenas emendas parlamentares”, explica.
Infraestrutura e mobilidade urbana – Entre outras questões, a executiva aponta que os investimentos em infraestrutura não acompanharam o crescimento habitacional e dos setores produtivos. “Faltou um plano de mobilidade urbana. Os congestionamentos na rótula de acesso na ERS-130 nos horários de pico são o nosso principal problema coletivo, entretanto, a solução está longínqua. A construção de uma elevada deveria ser a nossa principal bandeira. Fazenda Vilanova conseguiu incluir o viaduto na duplicação da BR-386, precisamos aproveitar nossa força econômica”, ressaltam.
A diretoria pretende marcar uma audiência de uma comissão mista com a participação de empresários, com o Secretário Estadual de Transportes Pedro Westfalen (PP), para tratar o assunto de forma emergencial.
Educação e assistência social – Na sexta-feira (12), a executiva e a bancada do partido, homenagearam a Associação dos Menores de Arroio do Meio (Amam) entregando uma placa alusiva aos 45 anos comemorados este ano, como forma de agradecimento aos relevantes serviços prestados à sociedade, na recuperação de vulneráveis.
O partido sustenta a importância da manutenção da entidade e lamenta as dificuldades do atual governo em manter o programa Mais Educação no turno oposto ao Ensino Fundamental.
Turismo e eventos econômicos – A falta de um evento municipal para divulgar as marcas das empresas locais, também preocupa a executiva. “Um município como Colinas, que tem em torno de 2 mil habitantes, consegue fazer um uso melhor da Páscoa do que Arroio do Meio, que possui a maior fábrica de chocolates do Estado”, observam.
O partido também acredita que faltam investimentos no turismo e que a Administração deve ser indutora e incentivadora de empreendimentos que visam o entretenimento.
Investigação de asfaltamento – A não abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar supostas irregularidades no asfaltamento da estrada geral de Bela Vista/Arroio Grande ainda incomoda os progressistas. No inverno do ano passado, o voto de minerva da presidência da Câmara vetou o início de quaisquer investigações para averiguar se a obra foi executada conforme o projeto. A oposição desconfia do desvio de recursos ou da participação da empreiteira contratada no financiamento da campanha do atual governo, devido ao adiantado estado de deterioração e o número de reformas feitas na pista em comparação com outras mais antigas. “Quem não deve, não teme”, ressalvam.
Prejuízos com insinuações – Membros do partido também cobram a implantação de mecanismos jurídicos que inibam o uso de factóides não confirmados e insinuações, a fim de prejudicar adversários na disputa eleitoral. Os candidatos ao pleito de 2012 alegaram terem sido vítimas da exposição antecipada do inquérito que apurava o contrato envolvendo a Empresa Eliseu Kopp & Cia com o município, antes da conclusão da investigação que não apontou irregularidades. O mesmo também pode estar ocorrendo com os parlamentares progressistas na Operação Lava Jato, pois conforme gravações, o delator interrogado pode ter sido induzido a confirmar os nomes, quando havia incertezas.
O uso de bandeiras “ilusórias” como norte de campanha também foi amplamente criticado pela base.
Candidatura própria – A executiva confirmou que tem o propósito de concorrer como cabeça de chapa nas próximas eleições. Uma coligação com o PMDB está descartada, pois o PP acredita que o “esquecimento” dos conflitos das últimas disputas eleitorais em “troca” de secretarias não será aceito pela opinião pública e trará prejuízos ao debate de ideias com a comunidade. “Ainda não temos os nomes, pois vamos ouvir o grupo, mas sabemos o que fazer e como fazer”, concluiu Kasper.